Folha de S. Paulo


Constituinte ratifica ditador Maduro como presidente da Venezuela

A polêmica Assembleia Constituinte da Venezuela confirmou Nicolas Maduro como presidente do país após o ditador afirmar que está subordinado aos poderes do órgão.

De acordo com a presidente da Constituinte, a ex-chanceler Delcy Rodríguez, a decisão foi tomada por unanimidade.

"Se ratifica o cidadão Nicolás Maduro [...] como presidente constitucional da República Bolivariana da Venezuela, chefe de Estado e do governo, e comandante em chefe das Forças Armadas", disse o constituinte e ex-vice-presidente venezuelano, Aristóbulo Istúriz.

Os 545 membros da Constituinte –todos chavistas– aplaudiram a decisão de pé no Palácio Legislativo, em um salão onde a maioria opositora costuma se reunir. A oposição se recusou a participar da eleição da Constituinte e acusa o órgão de "fraude" para proteger "uma ditadura".

"Hoje temos a Assembleia Nacional Constituinte e venho a reconhecer os seus poderes plenipotenciários, soberanos, originários e magnos", disse Maduro.

O restante dos poderes venezuelanos não declarou publicamente sua subordinação à Constituinte que, dias atrás, destituiu a procuradora-geral, Luisa Ortega. De acordo com Rodríguez, a Constituinte –que deve reescrever a Constituição venezuelana– terá o poder de dissolver o resto dos poderes públicos e seus funcionários.

Antes, Maduro pediu para se reunir pessoalmente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e lançou lei para punir opositores por protestos. Em junho, os EUA anunciaram sanções econômicas ao ditador venezuelano por manter a Constituinte.

Chanceleres de vários países latino-americanos reunidos em Lima na terça-feira (8) condenaram a "ruptura democrática" na Venezuela após a instalação da Constituinte.

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