Folha de S. Paulo


OEA irá a tribunal internacional contra regime Maduro, diz secretário

Em visita oficial a Israel, o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro, afirmou que, até o começo de novembro deste ano, a organização vai apresentar ao Tribunal Penal Internacional (TPI) provas do envolvimento do regime de Nicolás Maduro em crimes contra a humanidade.

"Nós temos evidências suficientes de que houve e ainda há crimes contra a humanidade na Venezuela. A tortura, especificamente, é um dos crimes contra a humanidade mais claros que ocorreram na Venezuela nos últimos tempos. E foi realizado de maneira sistêmica por parte do regime", disse Almagro nesta quinta-feira (10) à Folha.

Jorge Novomisnky/Gabinete de Imprensa do Governo de Israel/Divulgação
O secretário-geral da OEA, Luis Almagro (à esq.), com o presidente de Israel, Reuven Rivlin, em Jerusalém
O secretário-geral da OEA, Luis Almagro (à esq.), com o presidente de Israel, Reuven Rivlin, em Jerusalém

O secretário-geral da OEA também afirmou que o assassinato de 130 manifestantes por forças de segurança venezuelanas em recentes tumultos no país são "uma variável na dinâmica de assassinatos políticos".

A OEA não pode enviar uma ação ao Tribunal Penal Internacional, mas pode reunir dados e informações para ajudar em processos que seus países-membros abram na corte.

Almagro disse que um ex-fiscal da TPI, Luis Moreno Ocampo, designado como assessor especial da OEA em julho para crimes contra a humanidade, está recolhendo e catalogando a maior informação possível para que a OEA apresente a documentação ao tribunal, que ajudarão em ações contra o regime Maduro já apresentadas no TPI.

"Vamos fazer uma audiência nos meses de setembro e outubro. Acho que no fim de outubro ou princípio de novembro já poderíamos estar apresentando nossa própria documentação ao TPI."

O secretário-geral da OEA encerra nesta quinta-feira visita oficial de três dias a Israel. Entre outros compromissos, ele visitou na quarta-feira (9) o Museu do Holocausto e foi recebido pelo presidente Reuven Rivlin. Nesta quinta, Almagro se encontrou com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu.


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