Folha de S. Paulo


Coreia do Norte ameaça se vingar 'mil vezes' dos EUA após sanções

AFP
Kim Jong-un comemora lançamento de míssil balístico intercontinental, no começo deste mês
Kim Jong-un comemora lançamento de míssil balístico intercontinental, no começo deste mês

A Coreia do Norte ameaçou se vingar "mil vezes" dos Estados Unidos após as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) no sábado (5) em resposta aos recentes testes com mísseis intercontinentais realizados por Pyongyang.

Em um comunicado divulgado pela agência de notícias oficial norte-coreana, KCNA, o regime disse que as sanções são uma "violação violenta da nossa soberania" e parte de um "complô hediondo para isolar e sufocar" o país.

As medidas aprovadas pelo Conselho de Segurança poderão reduzir em até um terço a receita de exportação anual do país, que é de US$ 3 bilhões, e afetar o comércio com a China, seu principal parceiro.

"Não colocaremos nosso [programa] de dissuasão nuclear na mesa de negociações" enquanto durarem as ameaças dos Estados Unidos, diz o comunicado. "Nunca daremos uma passo atrás no fortalecimentos de nosso poder nuclear".

Em acréscimo, Pyongyang ameaçou fazer os Estados Unidos "pagarem mil vezes o preço de seu crime".

A declaração foi divulgada no momento em que o chefe da diplomacia norte-coreana, Ri Yong-Ho, encontra-se em Manila, onde acontece um fórum sobre a segurança regional com representes de Estados Unidos, China, Rússia e outros países da Ásia-Pacífico.

TILLERSON

Em declarações à imprensa durante o fórum em Manila, na Filipinas, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, descartou qualquer possibilidade de diálogo com Pyongyang, ao menos de modo imediato, e afirmou que as novas sanções demonstram que o mundo perdeu a paciência com as ambições nucleares do regime de Kim Jong-Un.

O chefe da diplomacia americana ressaltou que Washington aceitaria negociar com Pyongyang apenas no caso de uma suspensão de seu programa balístico.

"O melhor sinal que a Coreia do Norte pode enviar para dizer que está disposta a dialogar seria parar de lançar mísseis", disse.

Tillerson deu a entender, porém, que existe a perspectiva de que enviados americanos possam um dia se reunir com representantes do regime norte-coreano para evitar uma escalada. Não informou quando um encontro desse tipo poderia acontecer.

"Não vou dizer a ninguém um número específico de dias, ou semanas. É uma questão de estado de ânimo na negociação", desconversou.

Tillerson deu essas declarações um dia depois de um encontro incomum entre os chefes da diplomacia das duas Coreias.


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