Folha de S. Paulo


Reino Unido diz que livre circulação de trabalhadores terminará após 'brexit'

Ben Stansall/AFP
O ministro da Imigração britânico, Brandon Lewis, chega à residência oficial do primeiro-ministro
O ministro da Imigração britânico, Brandon Lewis, chega à residência oficial do primeiro-ministro

A livre circulação de trabalhadores entre o Reino Unido e a União Europeia terminará quando os britânicos deixarem o bloco, afirmou o ministro da Imigração britânico, Brandon Lewis, nesta quinta-feira (27).

"A livre circulação de trabalhadores termina quando nós deixarmos a União Europeia na primavera (europeia) de 2019", disse Lewis à rádio BBC.

"Obviamente, estamos passando agora por um momento de negociação com a União Europeia. Mas somos muito claros com relação ao fato de que o movimento livre acabará. Faz parte dos quatro princípios fundamentais da União Europeia. Quando partirmos, por definição, ele termina ", disse Lewis.

Lewis também afirmou que um novo sistema de imigração entrará em vigor a partir de março de 2019.

ESTUDO

A ministra britânica do Interior, Amber Rudd, anunciou também nesta quinta-feira a criação de um comitê independente para avaliar o impacto econômico da imigração europeia no Reino Unido e determinar a futura política migratória do país.

O Comitê Consultivo sobre a Migração (MAC, na sigla em inglês) fará "um estudo detalhado da migração proveniente da União Europeia e do Espaço Econômico Europeu nas economias de Inglaterra, Escócia, Gales e Irlanda do Norte", escreve a ministra em artigo publicado pelo jornal britânico "Financial Times".

Rudd é partidária de uma saída moderada da UE, ao contrário de muitos de seus colegas do governo de Theresa May.

A ministra disse que não haverá uma "ruptura brutal" em política migratória no que diz respeito aos europeus, deixando em aberto a possibilidade de um período de transição.

Rudd se alinha, porém, com o discurso do governo que destaca "a oportunidade" de poder voltar a "controlar a imigração" e a fronteira, "em função dos interesses do país".

Segundo o FT, as conclusões do estudo não devem ser anunciadas antes de setembro de 2018, levando a crer que sua influência na negociação entre Londres e Bruxelas será limitada. O chefe negociador da Europa para o "brexit", Michel Barnier, espera alcançar um acordo antes de outubro de 2018.


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