Folha de S. Paulo


Trump volta a criticar secretário de Justiça e não o garante no governo

Jonathan Ernst - 13.jun.2017/Reuters
O secretário de Justiça dos Estados Unidos, Jeff Sessions, durante depoimento no Comitê de Inteligência do Senado, no Capitólio, em Washington
O secretário de Justiça dos EUA, Jeff Sessions, durante depoimento no Senado

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a dizer nesta terça-feira (25) que está "muito desapontado" com seu secretário de Justiça, Jeff Sessions, e não confirmou se ele continuará a integrar a administração.

Em entrevista coletiva, Trump reclamou da decisão do secretário de se afastar das investigações sobre a Rússia.

"Ele não deveria ter se afastado quase imediatamente após ser empossado, e se ele se recusaria, deveria ter me avisado antes da posse, e eu simplesmente teria escolhido outra pessoa", declarou.

"Eu acho que é algo ruim, não para o presidente, mas para a Presidência."

Questionado se pretende demitir Sessions, Trump afirmou: "Veremos o que vai acontecer. O tempo dirá."

A pasta chefiada por Sessions administra o FBI (polícia federal americana), que atualmente investiga os contatos de auxiliares de Trump com autoridades russas durante a campanha eleitoral.

Suspeita-se que as partes tenham conspirado para a Rússia interferir na eleição em favor do republicano por meio de ciberataques contra o Partido Democrata.

Sessions decidiu se afastar das investigações sobre a Rússia em março após a revelação de que ele havia se reunido com o embaixador russo em Washington durante a campanha.

Em junho, em depoimento sobre o caso ao Senado, o secretário negou ter feito conluio com os russos e classificou a acusação de "mentirosa e detestável".

Trump também disse esperar que Sessions fosse "muito mais duro" no combate a vazamentos nas agências de inteligência.

Desde a posse de Trump, em janeiro, vazamentos à imprensa revelaram disputas internas e problemas de coordenação do governo.

Mais cedo nesta terça-feira, Trump havia dito que Sessions é "fraco" e está "encurralado".

Ele reclamou da falta de iniciativa do secretário para investigar os "crimes" da democrata Hillary Clinton, derrotada por Trump na eleição.

Em comícios de campanha, Trump animava o público quando prometia "prender" Hillary por ela apagado e-mails trocados quando era secretária de Estado.

Mas, desde que conquistou a Presidência, o republicano vinha deixando de lado a retórica incisiva contra a rival. Não está claro se ele voltará a defender a prisão dela.

Trump pressionado


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