Folha de S. Paulo


Exército prende irmão de palestino que matou três israelenses

O Exército de Israel fez uma operação neste sábado (22) na casa do palestino que matou três israelenses a facadas na véspera no assentamento judaico de Halamish, na Cisjordânia.

De acordo com uma porta-voz militar, um dos irmãos do agressor foi detido na ação. Os soldados invadiram a residência, procuraram armas e confiscaram dinheiro "utilizado para fins terroristas", além de tomar medidas para demolir a casa no futuro.

Musa Al Shaer/AFP
TOPSHOT - Tear gas fumes billow during clashes between Palestinian protesters and Israeli forces after Friday prayers at the main entrance of the West bank city of Bethlehem on July 21, 2017 at a protest against new Israeli security measures implemented at Al-Aqsa mosque complex, known to Jews as the Temple Mount, in Jerusalem. The new security measures include metal detectors, security cameras, and barring men under 50 from entering the Old City for Friday Muslim prayers, following an attack that killed two Israeli policemen the previous week. / AFP PHOTO / Musa AL SHAER
Palestinos entram em confronto com policiais israelenses após restrição no acesso à Cidade Velha

O agressor foi identificado como Omar Alabed, 20. Ele invadiu uma casa na sexta (21) e matou três israelenses da mesma família. Um soldado ouviu os gritos e atirou contra o palestino, que ficou ferido e foi levado para o hospital.

Antes do ataque, Alabed publicou em uma rede social que estava "indo para o céu".

"Eu vou até lá e sei que não vou voltar. Vou para o céu. Que morte doce é pela causa de Deus", escreveu.

O ataque aconteceu após um dia de confrontos entre as forças de segurança de Israel e palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém, que deixaram três palestinos mortos. Os confrontos se repetiram neste sábado e outros dois palestinos morreram, segundo a Autoridade Palestina.

Com o acirramento da violência, Israel reforçou a presença militar na Cisjordânia.

As tensões aumentaram na região durante a semana passada após um ataque que matou dois policiais israelenses na Cidade Velha de Jerusalém.

Em represália, Israel decidiu instalar detectores de metais nas entradas da Esplanada das Mesquitas, local sagrado do islã que fica na Cidade Velha. Na sexta, policiais israelenses proibiram a entrada de homens com menos de 50 anos na área.

As medidas geraram protestos dos palestinos, que acusam Israel de tentar expandir sobre a área. A Cidade Velha fica em Jerusalém Oriental, território palestino ocupado por Israel em 1967.
Na sexta, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, decidiu suspender os contatos com Israel até o fim das medidas restritivas em Jerusalém.

REUNIÃO DE EMERGÊNCIA

Autoridades de segurança de Israel terão uma reunião de emergência neste domingo (23) para avaliar a possibilidade de remover os detectores de metal na Esplanada das Mesquitas.

Em nota conjunta, EUA, Rússia, União Europeia e ONU expressaram neste sábado preocupação com a violência entre palestinos e israelenses e pediram contenção para baixar as tensões. O Conselho de Segurança da ONU deverá se reunir na segunda-feira (24) para discutir a situação.

O jornal israelense "Haaretz" informou que o governo dos EUA iniciou uma ofensiva diplomática junto a representantes de Israel, dos palestinos e de outros países para mediar a crise.

Editoria de Arte/Folhapress
Esplanada das mesquitas - Jerusalém

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