Folha de S. Paulo


Leopoldo López agradece a Temer por apoio e pede ajuda para a Venezuela

O opositor venezuelano Leopoldo López telefonou nesta sexta-feira (14) ao presidente Michel Temer para agradecer o apoio do governo do Brasil a sua libertação e pediu a abertura de um canal humanitário para o país vizinho.

Um dos principais adversários do Nicolás Maduro, López passou para prisão domiciliar no último sábado (8) depois de mais de três anos na cadeia. Ele foi condenado a 13 anos e 9 meses de prisão em 2015 por incitação à violência.

Boris Vergara - 9.jul.2017/Xinhua
O opositor venezuelano Leopoldo López acena para seus seguidores em sua casa em Caracas
Leopoldo López acena para apoiadores em sua casa em Caracas no último dia 9

Em uma rede social, o brasileiro disse que o dirigente venezuelano "pareceu firme na luta pelo restabelecimento da democracia". "Reafirmei o apoio do Brasil à sua plena liberdade e repúdio a prisões políticas.", afirmou.

Segundo Temer, o opositor pediu ao Brasil o envio de alimentos e remédios à Venezuela. Em junho do ano passado, o Itamaraty chegou a oferecer medicamentos ao país, mas Maduro impede a entrada de ajuda humanitária.

O presidente finalizou suas mensagens reiterando seu apoio à oposição venezuelana. "O Brasil está do lado do povo venezuelano. É preciso respeitar o Estado de Direito, a democracia e os direitos humanos."

Desde o início da onda de protestos contra o chavista, em abril, as autoridades brasileiras se aliaram a outros países das Américas, como EUA, Argentina, Colômbia e México, na pressão contra Nicolás Maduro.

Além da libertação dos opositores presos, este grupo de países pede a abertura do canal humanitário, a celebração de eleições e o restabelecimento do poder da Assembleia Nacional, dominada pela oposição.

O grupo de países também impulsiona a suspensão da Venezuela da OEA. O pedido, porém, esbarra na oposição de nações aliadas a Maduro, como a Bolívia, e países caribenhos que recebem petróleo de Caracas.

Antes de Temer, Leopoldo López conversou por telefone com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, e com o primeiro-ministro da Espanha, Luis Almagro.

Ele ainda recebeu a visita do ex-chefe de governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, um dos mediadores do diálogo entre o governo e a oposição, paralisado desde dezembro pelas duas partes.


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