Folha de S. Paulo


Senado convidará filho de Trump a depor sobre contatos russos

Al Drago - 16.abr.2017/The New York Times
*** ALTA*** FILE Donald Trump Jr. arrives on Air Force One at Joint Base Andrews in Maryland, April 16, 2017. Donald Trump Jr. is said to have arranged a meeting with a Kremlin-linked lawyer during the 2016 presidential campaign after he was told he would be provided with damaging details about Hillary Clinton, according to three advisers to the White House briefed on the meeting and two others with knowledge of it. (Al Drago / The New York Times) ORG XMIT: XNYT53 ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Donald Trump Jr. em base naval em Maryland em abril

O presidente da Comissão de Justiça do Senado, o republicano Chuck Grassley, anunciou nesta quinta-feira (13) que irá convidar Donald Trump Jr., filho mais velho do presidente dos Estados Unidos, a depor sobre seus elos com a Rússia durante a campanha eleitoral.

Grassley afirmou ainda que o depoimento deverá ocorrer em audiência aberta na semana que vem e que, se necessário, intimaria Trump Jr. a comparecer.

Trump Jr., que coordena com seu irmão Eric os negócios de seu pai desde que ele assumiu a Presidência, foi tragado para o centro do escândalo sobre o suposto conluio entre a equipe de campanha de Donald Trump à Casa Branca e autoridades da Rússia.

O jornal "New York Times" revelou que Trump Jr. se reuniu em junho de 2016, durante a campanha eleitoral, com a advogada russa Natalia Veselnitskaia em busca de informações comprometedoras sobre a presidenciável democrata Hillary Clinton.

Após a revelação, Trump Jr. divulgou na terça-feira uma série de e-mails trocados em junho de 2016 com um intermediário de contatos na Rússia.

Nas mensagens, o produtor musical britânico Rob Goldstone, que trabalha para os empresários Emin e Aras Agalarov, próximos ao Kremlin, lhe oferece "documentos e informações oficiais que incriminariam Hillary e os negócios dela" no país como parte de um "esforço do governo russo para ajudar Trump".

Trump Jr. respondeu dizendo: "Se for o que você está falando mesmo, eu adorei". Depois disso, eles agendaram um encontro em 9 de junho daquele ano em Nova York entre Trump Jr. e Veselnitskaia, descrita por Goldstone como "advogada do governo russo".

O caso envolvendo Trump Jr. não tem relação direta com as atuais investigações do FBI (polícia federal americana) e do Congresso sobre a possível interferência do governo russo nas eleições de 2016 e sobre a relação de membros da equipe de campanha de Donald Trump com Moscou.

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TRUMP PRESSIONADO - Os desdobramentos do suposto elo da equipe republicana com Moscou

ENTENDA O CASO
A relação entre os Trump e a Rússia

O que aconteceu?
Donald Trump Jr., filho mais velho do presidente dos EUA, se reuniu durante a campanha do ano passado com a advogada russa Natalia Veselnitskaia em busca de informações constrangedoras sobre Hillary Clinton. A advogada foi apresentada a ele em e-mails como representante do Kremlin, mas ela nega o vínculo

O que dizem os e-mails?
Responsável pelo arranjo do encontro com Veselnitskaia, o produtor musical Rob Goldstone (intermediário dos empresários Emin e Aras Agalarov, amigos de Trump e do presidente russo, Vladimir Putin) diz que os dados sobre Hillary seriam uma oferta do procurador-geral da Rússia como parte dos esforços do Kremlin para ajudar Trump. Trump Jr. responde à oferta dizendo: "Adorei"

O que diz Trump Jr.?
Ele admite ter participado da reunião com Veselnitskaia, mas diz que ela não entregou informações relevantes sobre Hillary e que a acusação de conluio com a Rússia é "ridícula". Porém, ele diz que, "olhando para trás, provavelmente teria feito as coisas de outro modo"

E agora?
Dificilmente a Justiça consideraria a atitude de Trump Jr. criminosa, mas ele pode ser chamado a depor no Congresso, aumentando a pressão sobre o governo

Qual a importância?
O caso aproxima a família Trump das suspeitas de que campanha agiu em conluio com Moscou e traz novas evidências de que Putin teria interesse em interferir na eleição americana para ajudar o republicano


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