Folha de S. Paulo


França receberá mais refugiados e expulsará mais migrantes econômicos

A França vai criar 12.500 novas vagas de acolhida para os requerentes de asilo e refugiados nos próximos dois anos, anunciou nesta quarta-feira (12) o primeiro-ministro Edouard Philippe, durante a apresentação de um plano para lidar com o afluxo maciço de imigrantes.

Em paralelo, o primeiro-ministro deixou claro que os imigrantes que não obtiveram o estatuto de refugiado serão expulsos "sistematicamente".

Eric Feferberg-7.jul.17/AFP
Migrante e refugiados ocupam ruas de Paris após polícia retirá-los de um acampamento improvisado na Porte de la Chapelle, no norte da cidade, onde mais de 2.000 pessoas estavam dormindo
Migrantes e refugiados ocupam ruas de Paris após polícia retirá-los de um acampamento improvisado na Porte de la Chapelle, no norte da cidade, onde quase 3.000 pessoas estavam dormindo

"Os imigrantes econômicos devem entender que não é possível receber a todos em nosso país", afirmou.

No total, o governo do presidente centrista Emmanuel Macron irá criar 4.000 vagas em 2018 para os requerentes de asilo e 3.500 em 2019, que vão se somar as 5.000 criadas no mesmo período para os refugiados.

"Nós não estamos à altura do que deve ser a França [em termos de acolhida de refugiados e requerentes de asilo]", admitiu Philippe.

O objetivo, acrescentou, é "reduzir significativamente o tempo de tramitação" dos pedidos de asilo. Em 2016, o prazo era de 14 meses e o objetivo é diminuir para seis, conforme anunciado por Macron.

Segundo dados oficiais, no ano passado, a França recebeu 85.000 pedidos de asilo.

Com este plano, o governo francês também busca acabar com o ciclo de reassentamento sistemático dos acampamentos informais nas ruas de Paris.

Na sexta-feira, 2.800 pessoas foram retiradas de um acampamento formado no norte da capital, mas nesta segunda-feira mais de 200 migrantes já haviam se restabelecido no local.


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