Folha de S. Paulo


Maduro troca ministros para que aliados disputem eleição legislativa

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quarta-feira (21) a mudança de ao menos três ministros, em uma estratégia para que eles possam concorrer a vagas nas eleições legislativas de 30 de julho.

A principal mudança ocorre no Ministério de Relações Exteriores: sai Delcy Rodriguez e entra o vice-chanceler e embaixador venezuelano na OEA (Organização dos Estados Americanos), Samuel Moncada.

Presidência da Venezuela-01.jun.2017/Reuters
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Palácio Miraflores, em Caracas
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no Palácio Miraflores, em Caracas

Maduro chamou Rodriguez de "tigresa" por sua defesa feroz do governo socialista. "Ela realmente merece o reconhecimento de todo o país porque ela defendeu a soberania, paz e independência venezuelana como uma tigresa", disse Maduro, sobre Rodriguez, que está no cargo desde o fim de 2014.

"Parabéns, camarada! Trabalho bem feito", afirmou o presidente, em anúncio na televisão.

O presidente disse ainda que Mocada assume o cargo para "manter o combate da verdade de nossa pátria e do mundo".

Rodriguez vai concorrer agora a uma vaga na Assembleia Nacional Constituinte, em uma eleição convocada por Maduro para 30 de julho. Na Venezuela, os parlamentares não podem exercer outros cargos públicos.

O líder chavista anunciou ainda a saída da ministra do Despacho Presidencial, Carmen Meléndez, cujo cargo será assumido pelo major general Carlos Osorio. Já o Ministério do Trabalho passará de Francisco Torrealba para Néstor Ovalles.

A oposição venezuelana está boicotando a eleição sob o argumento de que o voto foi manipulado para favorecer Maduro e manter o Partido Socialista no poder, apesar de sua impopularidade.

O presidente, por sua vez, argumenta que a nova assembleia, um órgão com poderes para reescrever a Constituição e sobrepor qualquer outra instituição, é necessária para trazer paz ao país após quase três meses de protestos antigoverno violentos, que deixaram 75 mortos.


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