Folha de S. Paulo


Cartel de drogas oferece recompensa por cabeça de cachorro farejador

Dimitri O'Donnel/BBC
Faro do labrador Choko ajudou autoridades a apreender milhares de quilos de maconha, cocaína e outras drogas em Medellín, na Colômbia; mas policiais temem por sua segurança
O cão Choko ao lado do policial do departamento de narcóticos William Marin

Eles constantemente patrulham a rodoviária e o aeroporto de Medellín, na Colômbia, sempre em busca de drogas.

Juntos, já apreenderam 5.000 quilos de maconha, 1.500 quilos de cocaína, além de grande quantidade de heroína e drogas sintéticas. São tidos como a dupla mais bem sucedida da polícia da cidade.

E um deles tem a cabeça a prêmio. Trata-se de Choko, o cão, principal ajudante do policial do departamento de narcóticos William Marin.

O faro treinado do labrador já lhe rendeu três condecorações.

"Ele é muito especial", conta William, orgulhoso, ao programa Outlook, da BBC. "Nós acabamos de fazer a 107ª prisão, e este cachorro trabalha todo dia. Ele tem quase 7 anos, mas nunca fica cansado. Ele é cheio de energia e trabalha com a mesma intensidade desde quando começou, como um filhote".

O trabalho é perigoso, ainda mais depois que Choko começou a ficar famoso e passou a ser reconhecido pela população nas ruas.

"Numa segunda-feira, estava na rua a trabalho com Choko e um morador começou a acariciá-lo. Eu disse, 'por favor, não faça isso, ele não gosta'", lembra William.

Dimitri O'Donnel/BBC
Faro do labrador Choko ajudou autoridades a apreender milhares de quilos de maconha, cocaína e outras drogas em Medellín, na Colômbia; mas policiais temem por sua segurança.
O labrador Choko, treinado para encontrar drogas

O homem então alertou o policial para ter cuidado, contando em seguida que um chefe do tráfico local oferecia 2 milhões de pesos colombianos (US$ 660) pela captura do cachorro.

"Rapidamente, por medida de segurança, tiramos Choko das ruas naquela área da cidade", diz William.

Outra ameaça chegou através de um garoto num ônibus.

"Ele primeiro me perguntou se ele era o Choko, eu disse que sim, então ele contou que um chefe de outro cartel de drogas oferecia 3 milhões de pesos colombianos (US$ 990) para quem o capturasse ou matasse".

Por isso, William está sempre alerta –por exemplo, para os pedaços de comida que seu labrador recebe de estranhos, que poderiam estar envenenados.

"Não estou com medo, mas tenho que ser cauteloso", explica.

O cachorro vive no canil da polícia, mas deve se aposentar daqui a três anos, quando completar seu décimo aniversário. Depois de uma carreira bem-sucedida na detecção de drogas, ele finalmente poderá se estabelecer com William e sua família.

"Choko é parte da minha família, é como um filho", comenta o policial que é casado e tem dois filhos. "Eles adoram o Choko."


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