Folha de S. Paulo


Motorista armado morre após bater o carro contra van da polícia em Paris

Um motorista colidiu seu carro carregado de armas e explosivos contra um comboio de veículos da polícia na Avenida Champs-Elysées, em Paris, nesta segunda-feira (19). O motorista morreu no local. Ninguém mais ficou ferido.

O governo classificou o ato como "tentativa de atentado" e unidade de combate ao terrorismo de Paris abriu uma investigação sobre o ocorrido.

O motorista atingiu a parte de frente de uma van que fazia parte do comboio, segundo a polícia, por volta das 15h40 (10h40 no horário de Brasília).

A polícia não informou se o motorista morreu na colisão. Testemunhas disseram que um homem foi retirado do carro, em meio a uma fumaça amarela.

Vídeo de ataque em Paris

"Nós vimos grandes chamas saindo das janelas dianteiras do carro", disse Adrien Cairo, 16, à agência de notícias Reuters. "Então, nós vimos quatro policiais chegarem, baterem na janela e perguntarem: 'senhor, você está bem? pode nos ouvir?'."

Pouco depois, afirmou Cairo, outros agentes usaram extintores de incêndio para conter as chamas.

O corpo do motorista permaneceu no local por cerca de seis horas até ser retirado pela polícia.

O ministro do Interior da França, Gérard Collomb, afirmou que o carro continha armas e explosivos. A agência de notícias France Presse, que cita fontes ligadas à polícia, diz que o suspeito carregava pistolas, um fuzil do tipo Kalashnikov e botijões de gás.

SUSPEITO

O autor do ataque não foi identificado pela polícia. A imprensa francesa afirmou se tratar de um homem de 31 anos, originário da região de Argenteuil, à noroeste de Paris, e que figurava desde 2015 em uma lista de suspeitos por pertencer ao Movimento Islâmico Radical.

O ministro Collomb classificou o ato como uma "tentativa de atentado" contra as forças policiais e afirmou que a ameaça de terrorismo ainda é alta no país e justifica o estado de emergência, decretado em 2015.

A avenida Champs-Élysées é uma das maiores de Paris e entre as mais conhecidas do mundo, sendo visitada por milhares de turistas todos os dias. O local do ataque fica a poucas centenas de metros do Palácio Presidencial e da Embaixada dos Estados Unidos.

Pelo Twitter, a polícia de Paris informou que a "situação está sob controle". A estação de metrô Champs-Elysées-Clémenceau foi fechada por medidas de segurança e o museu Grand Palais foi esvaziado. Policiais, bombeiros e ambulâncias foram enviadas ao local.

Duas horas após o ocorrido, os turistas já estavam de volta à avenida e as lojas próximas voltaram a abrir.

OUTROS ATAQUES

Há menos de duas semanas, no último dia 6, um jornalista argeliano de 40 anos atacou um policial com um martelo próximo à catedral de Notre-Dame, ponto turístico da capital francesa.

Em abril, três dias antes do primeiro turno da eleição presidencial, um policial foi morto na Champs-Elysées. O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico, responsável pela maioria dos ataques que deixaram 239 vítimas na França desde janeiro de 2015.

O ataque desta segunda ocorreu ainda apenas algumas horas após uma van avançar sobre pedestres perto da saída de uma mesquita na região norte de Londres, no Reino Unido. Ao menos uma pessoa morreu e dez ficaram feridas.


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