Folha de S. Paulo


Trump pede decreto anti-imigração mais rígido após ataque em Londres

Os advogados do Departamento de Justiça, que já tentavam, nos tribunais, dissociar o decreto que veta cidadãos de seis países de maioria muçulmana das declarações de Donald Trump contra seguidores do Islã durante a campanha terão mais trabalho agora, com as novas declarações do republicano.

Na manhã desta segunda (5), o presidente criticou o Departamento de Justiça por ter submetido à Suprema Corte o recurso sobre o segundo decreto, que chamou de "versão diluída e politicamente correta", e não sobre o primeiro.

Mike Theiler/Xinhua
O presidente Donald Trump no discurso em que anunciou a saída dos EUA do Acordo de Paris
O presidente Donald Trump no discurso em que anunciou a saída dos EUA do Acordo de Paris

"O Departamento de Justiça deve pedir uma audiência acelerada sobre a versão diluída da proibição de viagem na Suprema Corte —e buscar uma versão muito mais dura!", escreveu Trump, chamando novamente os tribunais de "lentos e políticos".

Além disso, Trump fez questão de ressaltar que o decreto é uma "proibição", e não uma pausa na entrada de cidadãos enquanto o governo avaliava os procedimentos de concessão de vistos nestes países —argumento da defesa.

O primeiro decreto, assinado por Trump uma semana após ele assumir o poder, em janeiro, previa o veto a cidadãos de sete países (incluía também o Iraque) e tinha uma linguagem bem menos cuidadosa que o segundo.

O último, por exemplo, especifica que quem tivesse o green card ou um visto válido no dia da assinatura do decreto, não seria afetado. Esse foi um dos pontos mais contestados do primeiro, já que 60 mil vistos foram cancelados —e muitas pessoas com residência permanente no país, barradas.

Os dois textos, no entanto, foram barrados na primeira instância e em cortes de apelação distintas. Na última sexta (3), o Departamento de Justiça levou o caso para a Suprema Corte.

Até George T. Conway III, marido de Kellyanne Conway, uma das principais assessoras de Trump, e que chegou a ser indicado pelo presidente para vice-secretário de Justiça, criticou as declarações do republicano.

"Esses tuítes podem fazer com que algumas pessoas se sintam melhor, mas certamente não vão ajudar o OSG a ter cinco votos na Suprema Corte, que é o que realmente importa. Triste", disse, referindo-se ao escritório do advogado-geral, que faz a defesa do governo perante a corte. O governo precisará de cinco dos oito votos para fazer com que o decreto entre em vigor.


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