Folha de S. Paulo


'The Economist' pede voto para os liberais-democratas no Reino Unido

A revista britânica "The Economist" defendeu em sua edição desta semana o voto no Partido Liberal-Democrata nas eleições britânicas de 8 de junho.

A revista considera que tanto os conservadores de Theresa May como os trabalhistas de Jeremy Corbyn "deram as costas" ao liberalismo e afirma que essa não é uma decisão fácil, pois os "lib-dem", como a sigla é conhecida, têm apenas nove deputados e "nenhuma possibilidade" de vitória.

Andrew Yates /Reuters
Jeremy Corbyn, líder dos trabalhistas
Jeremy Corbyn, líder dos trabalhistas

"Ambos May e Corbyn, cada uma seu modo, se afastaram das ideias que tornaram o Reino Unido próspero –seu livre-mercado, suas fronteiras abertas, seu internacionalismo. Ele jogaram no lixo um conjunto de políticas que perduraram nos últimos 40 anos e influenciaram uma geração de governantes ocidentais. Se a esquerda ou a direita prevalecer, o perdedor será o liberalismo", escreve a revista.

Nas legislativas de 2015, a revista influente apoiou o conservador David Cameron, mas agora critica a posição de sua sucessora a favor do chamado 'brexit' duro, que implica sair do mercado único europeu em troca de recuperar o controle sobre a imigração.

"May prepara a saída do mercado único e, ainda pior, quer reduzir em quase dois terços o saldo migratório", afirma a publicação, que também não poupa críticas a seu rival Jeremy Corbyn

Richard Pohle/Reuters
Primeira-ministra britânica, Theresa May, faz pronunciamento na Downing Street
Primeira-ministra britânica, Theresa May, faz pronunciamento na Downing Street

"Pretende ser radical quando na realidade é o mais conservador –e o mais perigoso– de todos os candidatos", escreve The Economist, que critica Corbyn por "querer defender os oprimidos apoiando os opressores" por ter respaldado Fidel Castro e Hugo Chávez.

A "Economist" assinala que a principal tarefa do próximo governo é lidar com a saída do Reino Unido da União Europeia. Para a revista, os liberais democratas "são mais honestos dos que os conservadores sobre a necessidade de aumentar taxas para os serviços públicos e mais sensíveis do que os trabalhistas, defendendo a distribuição do fardo tributário em vez de concentra-lo em quem ganha muito".

Os liberais-democratas, prossegue a "Economist", estão do lado certo em outras questões, como a defesa da reforma do sistema de votação e da regulação do mercado de drogas e de sexo.

Diante das chances mínimas dos liberais-democratas", a revista britânica, por fim, pede que seus leitores considerem o voto no partido como uma espécie de adiantamento para o futuro. "Nosso esperança é que eles se tornem um elemento de um partido de centro radical, essencial para um Reino Unido próspero".


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