Folha de S. Paulo


Santos se reúne com Trump à espera de ajuda em pacto de paz

Ruben Sprich - 18.jan.2017/Reuters
Colombia's President Juan Manuel Santos, attends the annual meeting of the World Economic Forum (WEF) in Davos, Switzerland, January 18, 2017. REUTERS/Ruben Sprich ORG XMIT: MDJ207
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, se reúne com o americano Donald Trump nesta quinta-feira (18), na Casa Branca, com a esperança de ouvir do republicano que cumprirá a promessa feita pelo antecessor, Barack Obama, de ajudar seu país no acordo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

A última vez em que um presidente colombiano esteve com seu par norte-americano na Casa Branca foi em fevereiro de 2016. Santos e Obama selaram o fim do Plano Colômbia e o substituíram pelo Paz Colômbia.

Enquanto o Plano Colômbia destinou, por 16 anos, uma ajuda de mais de US$ 10 bilhões para compra de armamentos e em treinamento militar para o combate ao narcotráfico, com o Paz Colômbia os EUA passaram a oferecer apoio político para a viabilização da negociações do Estado colombiano com as Farc e prometiam uma posterior ajuda financeira anual para garantir a implementação do acordo.

Essa ajuda é tida como fundamental pela Colômbia, que conta com o dinheiro para a reconstrução da infraestrutura destruída pela guerra e para tarefas como limpar áreas com minas terrestres.

Até aqui, Trump apenas disse a Santos que sua equipe estaria em fase de revisão do Paz Colômbia.

Apesar de o Congresso dos EUA já ter aprovado o envio de uma ajuda de US$ 450 milhões para a primeira fase de implementação do acordo, setores da cúpula do governo e do Partido Republicano sugerem um possível corte de até 21% desse gasto nas futuras remessas.

Isso porque, quando o Paz Colômbia foi acertado, Bogotá vinha conseguindo cumprir sua parte no acordo, que era a de reduzir a quantidade de terras dedicadas ao cultivo de coca para a produção de cocaína no país.

No entanto, desde o fim das fumigações aéreas, a pedido de camponeses das regiões afetadas que alegavam riscos à saúde, esse número voltou a aumentar. Dos 112 mil hectares em 2015, a área cultivada passou para 188 mil, mantendo a Colômbia no posto de maior produtor de cocaína no mundo.

O ministro de Defesa colombiano, Luis Carlos Villegas, diz que será possível apresentar números positivos na reunião desta quinta (18).

"Vamos mostrar que o programa de substituição de cultivos ilícitos está avançando, assim como o da erradicação manual, que já pôde eliminar 15 mil hectares antes dedicados a essa atividade", disse à imprensa colombiana.

Do lado americano, Trump manifestou a Santos, em telefonema no último dia 11, preocupação com a Venezuela. O tema deve ser debatido entre os dois no encontro desta quinta (18).


Endereço da página:

Links no texto: