Folha de S. Paulo


Após falar em diálogo com os EUA, Coreia do Norte faz disparo de projétil

Kyodo/Reuters
North Korean soldiers walk in front of bronze statues of North Korea's late founder Kim Il-sung and late leader Kim Jong Il at Mansudae in Pyongyang, in this photo released by Kyodo April 25, 2017, to mark the 85th anniversary of the founding of the Korean People's Army. Mandatory credit Kyodo/via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. EDITORIAL USE ONLY. MANDATORY CREDIT. JAPAN OUT. NO COMMERCIAL OR EDITORIAL SALES IN JAPAN. TPX IMAGES OF THE DAY ORG XMIT: TOK002
Soldados norte-coreanos em frente às estátuas de Kim Il-sung e de Kim Jong Il, em abril

A Coreia do Norte disparou no fim da tarde deste sábado (manhã de domingo, em Pyongyang) um projétil não identificado, de acordo com militares da Coreia do Sul.

O lançamento ocorreu em região chamada Kusong, a noroeste da capital. Informações prévias indicavam que se tratava de míssil balístico.

Segundo militares sul-coreanos e autoridades do Japão, o projétil percorreu cerca de 800 quilômetros em 30 minutos e caiu no mar do Japão. É o primeiro disparo desde que Moon Jae-in assumiu a Presidência da Coreia do Sul, na quarta-feira (10), dizendo que o diálogo deve ser usado para aliviar as tensões na península coreana.

O lançamento também ocorre logo depois de Choe Son-Hui, diretora-geral do Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Norte para Assuntos dos EUA, afirmar que Pyongyang poderá dialogar com o governo americana se "as condições estiverem apropriadas", informou neste sábado (13) a agência sul-coreana Yonhap.

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, declarou que o lançamento, proibido pelas Nações Unidas, é "absolutamente inaceitável" e que o Japão vai responder.

Já o presidente Moon Jae-in diz condenar "veementemente" o lançamento e que o ato é uma "clara violação" das resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

A tensão entre Pyongyang e Washington se acirrou justamente após testes com mísseis realizados pela Coreia do Norte. Nos últimos dois meses, a Coreia do Norte falhou em quatro testes seguidos de lançamento de projéteis.

Há menos de um mês o governo norte-coreano voltou a fazer experimentos militares e tentou sem sucesso lançar novo míssil, como confirmaram autoridades dos EUA e da vizinha Coreia do Sul.

À Reuters, em abril, o presidente Donald Trump disse que um "grande conflito" com o Norte era possível, mas que preferia solução diplomática sobre programas nucleares e mísseis. Ele disse ainda que ficaria "honrado" em encontrar com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un.

O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, disse também em abril, durante visita à zona desmilitarizada entre as duas Coreias, que "todas as opções estão na mesa para conquistar os objetivos e garantir a estabilidade do povo desse país [Coreia do Norte]".

A diplomata norte-coreana Choe fez as declarações deste sábado ao voltar de Oslo (Noruega), onde se reuniu com acadêmicos e autoridades como Thomas Pickering, ex-embaixador americano, e Robert Einhorn, ex-conselheiro do Departamento de Estado para a não-proliferação e o controle de armas.

Segundo a Yonhap, ao ser questionada se a Coreia do Norte se preparava para conversar com o governo Trump, Son-Hui disse: "Nós poderemos dialogar se houver condições apropriadas".

A agência de notícias da Coreia do Sul fez a mesma pergunta sobre um possível encontro entre Kim Jong-un e o novo presidente sul-coreano. "Vamos ver", disse.

As falas de Choe chegam em meio a esforços para desestimular o país a seguir em busca de armas nucleares.


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