Folha de S. Paulo


Novo presidente da Coreia do Sul toma posse e diz que pode visitar Pyongyang

Baek Seung-ryol/Yonhap via Reuters
Novo presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, cumprimenta criança ao deixar sua casa no dia da posse
Novo presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, cumprimenta criança ao deixar sua casa no dia da posse

O novo presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, tomou posse nesta quarta (10), um dia após sua vitória eleitoral, e afirmou que está disposto a visitar Pyongyang, no caso de circunstâncias adequadas, em um momento de grande tensão na península.

Moon, 64, um político de centro-esquerda já havia afirmado que é favorável a uma aproximação menos conflituosa com o vizinho do norte, opinião contrária à postura rígida da ex-presidente destituída Park Geun-hye.

Depois de vencer as eleições antecipadas -convocadas após o impeachment de Park, que é julgada por corrupção-, Moon fez o juramento solene de posse e afirmou que vai trabalhar pela paz na península.

"Se for necessário, vou viajar a Washington imediatamente", disse a respeito do aumento da tensão com a Coreia do Norte.

"Vou a Pequim, a Tóquio e a Pyongyang caso as circunstâncias sejam adequadas".

O presidente americano, Donald Trump, o incentivou a ir a Washington "o mais cedo possível" em um telefonema entre os dois chefes de Estado, no qual "acordaram estreitar sua colaboração para resolver os assuntos de segurança na península coreana", de acordo com a Presidência sul-coreana.

Moon enfrenta uma delicada tarefa diplomática com a Coreia do Norte, que almeja produzir um míssil com capacidade de atacar os Estados Unidos e que tem Seul ao alcance de sua artilharia.

Paralelamente, Seul enfrenta uma disputa com Pequim a respeito da instalação de um escudo antimísseis americano, assim como divergências históricas com o Japão, ex-ocupante colonial.

O presidente recém-empossado nomeou Lee Nak-yon, ex-jornalista e quatro vezes deputado, como primeiro-ministro e Suh Hoon, principal articulador dos preparativos das reuniões de cúpula entre as Coreias de 2000 e 2007, como novo diretor do serviço secreto.

No âmbito interno, Moon enfrenta vários desafios, o principal são as consequências do escândalo de corrupção que derrubou sua antecessora. Apesar da vitória eleitoral com folga, o país está profundamente dividido.

PRESIDENTE DE TODOS

Após uma cerimônia de posse simples, Moon saudou os partidários no caminho até a Casa Azul, sede da presidência sul-coreana.

"Serei o presidente de todos os sul-coreanos", afirmou Moon, antes de prometer servir inclusive àqueles que não o apoiam. "Serei um presidente ao alcance do povo", acrescentou.

O chefe de Estado se reuniu com os principais parlamentares do Partido Liberdade da Coreia, que defendem uma linha dura com Pyongyang e que já acusaram Moon de querer "entregar todo o país ao Norte".

"Gostaria de mostrar às pessoas que todos estão avançando juntos", declarou Moon, destacando que escutará as opiniões da oposição nas questões de segurança.


Endereço da página:

Links no texto: