Folha de S. Paulo


Assessor de Le Pen questiona relatório que acusa Assad por ataque químico

Um dos principais assessores de Marine Le Pen, candidata da direita ultranacionalista à Presidência da França, questionou nesta quinta-feira (27) um relatório da inteligência francesa que acusa o regime sírio pelo ataque químico do último dia 4.

O documento, publicado nesta quarta-feira (26), mostrou que a França concluiu que forças apoiadas pelo ditador Bashar al-Assad estão por trás do ataque com gás sarin que matou mais de 80 pessoas na vila de Khan Sheikhun, no noroeste da Síria.

"Acho que a comunidade internacional pode duvidar disso enquanto não houver um inquérito internacional sob os auspícios da Organização das Nações Unidas", disse Florian Philippot, vice-líder da Frente Nacional, em entrevista à rádio France Inter.

Sebastien Bozon - 8.mar.2017/Reuters
Le Pen e seu assessor Florian Philippot tiram um selfie em visita a uma fábrica no leste da França
Le Pen e seu assessor Florian Philippot tiram um selfie em visita a uma fábrica no leste da França

"Não tenho como dizer se é verdade ou não, mas ela [comunidade internacional] pode duvidar porque tivemos precedentes", afirmou, referindo-se aos falsos relatos de inteligência que levaram os Estados Unidos a invadirem o Iraque de Saddam Hussein em 2003.

A posição é oposta à do rival de Le Pen, o centrista Emmanuel Macron. A candidata da Frente Nacional também tem uma visão mais simpática à Rússia, principal aliada de Assad. Em março, Le Pen visitou o presidente Vladimir Putin em Moscou.

O ataque químico em Khan Sheikhun levou o presidente americano, Donald Trump, a ordenar um ataque com mísseis contra uma base aérea síria.

Assad nega que seu governo já tenha usado armas químicas e disse que a Síria só permitiria uma investigação "imparcial" sobre o incidente. A Rússia vetou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU em 13 de abril que pediu a condenação do ataque químico e pressionava Damasco a cooperar com os investigadores.


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