Folha de S. Paulo


Arkansas executa dois detentos em cronograma veloz de penas de morte

Arkansas Department of Correction/AFP
(FILES): These two file pictures obtained from the Arkansas Department of Corrections and created on March 17, 2017 shows death row inmates Jack Harold Jones (L) and Marcel W. Williams (R) who the southern state of Arkansas executed late Monday, April 24, 2017, the first double execution in the United States in 17 years, according to the Arkansas attorney general. Leslie Rutledge said that Jack Jones and Marcel Williams, both sentenced to death in the 1990s, were executed by lethal injection after higher courts rejected their final legal appeals. / AFP PHOTO / Arkansas Department of Correction / HO / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT
Jack Jones (à esq.) e Marcel Williams, executados nesta segunda (24) no Arkansas

O Estado americano do Arkansas executou na noite desta segunda-feira (24) dois condenados à morte, seguindo seu polêmico e acelerado calendário do corredor da morte antes de expirar o prazo de validade de um componente das injeções letais.

Jack Jones, 52, e Marcel Williams, 46, foram condenados na década de 1990 por estupro e homicídio em casos diferentes e receberam a injeção letal após terem seus recursos negados por diversos tribunais.

Os advogados lutaram até o último momento para evitar a aplicação das penas, mas não tiveram sucesso. A morte de ambos representou a primeira execução de dois detentos nos Estados Unidos desde 9 de agosto de 2000, quando o Texas conduziu uma execução dupla.

Os defensores dos condenados afirmaram que uma dupla execução causaria um perigoso estresse para os agentes penitenciários encarregados.

O estado do Arkansas havia planejado executar oito condenados à morte em 11 dias, um recorde, mas quatro deles conseguiram adiar suas penas. Até agora, o Estado realizou três execuções –a primeira em 21 de abril–, e agendou uma aplicação da pena prevista para o dia 27.

Antes disso, a última execução realizada pelo Estado ocorreu em 2005.

O governador do Arkansas, o republicano Asa Hutchinson, justificou esse acelerado cronograma pela proximidade da data de validade de uma das substâncias utilizadas nas injeções letais. Seu programa de execuções foi alvo de múltiplos recursos judiciais e de uma mobilização internacional de ativistas contrários à pena de morte.

As injeções letais são compostas por três produtos, ministrados um depois do outro. O que vence em 30 de abril é o midazolam, um ansiolítico que dizem não fazer efeito suficiente para deixar o condenado inconsciente, podendo provocar grande dor.


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