Folha de S. Paulo


Novos exames comprovam uso de gás sarin em ataque químico na Síria

As amostras extraídas de dez vítimas do ataque químico na cidade síria de Khan Sheikhun demonstram de maneira indiscutível que foram expostas a gás sarin, de acordo com o chefe da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ).

"As amostras indicam uma exposição ao sarin ou a substâncias similares ao sarin (...) os resultados analíticos obtidos são indiscutíveis", afirmou nesta quarta-feira (19) Ahmet Uzumcu, chefe da OPAQ.

O ataque de 4 de abril em Khan Sheikhun, na província de Idlib (noroeste da Síria), resultou em mais de 80 mortos, incluindo inúmeras crianças. O gás sarin age sobre o sistema nervoso.

A OPAQ conseguiu amostras de três das vítimas e as analisou em dois laboratórios, explicou Uzumcu ao Comitê Executivo da organização. Outras amostras de sete pessoas hospitalizadas também foram analisadas.

Uma missão da OPAQ, organização criada em 1997 pelos Estados que assinaram a Convenção para a Proibição de Armas Químicas, está pronta para ir ao local do ataque se a situação de segurança permitir, disse Uzumcu.

A Turquia já havia conduzido análises de amostras obtidas de três vítimas do ataque e declarado a presença de gás sarin em todas elas.

O ataque levou os Estados Unidos a lançar mísseis contra um alvo do regime sírio, algo até então inédito na guerra civil que já dura seis anos. A comunidade internacional acusa o ditador sírio, Bashar al-Assad, de envolvimento no ataque químico. Ele nega e disse que o episódio foi "100% forjado".

O Conselho de Segurança da ONU tentou implementar uma resolução contra Assad e iniciar uma investigação do ataque, mas a Rússia, aliada do regime, vetou a medida.


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