Folha de S. Paulo


Conheça cinco protagonistas da crise política e econômica na Venezuela

Em meio a uma severa crise política e econômica na Venezuela, seguidores e opositores do presidente Nicolás Maduro marcham nesta quarta-feira (19) em Caracas em meio a temores de desestabilização e violência.

Conheça os cinco protagonistas da tensa situação venezuelana, que gera preocupação internacional.

Presidência da Venezuela - 18.abr.2017/AFP
O presidente Nicolás Maduro discursa na TV e acusa oposição e EUA de um golpe contra seu governo
O presidente Nicolás Maduro discursa na TV e acusa oposição e EUA de um golpe contra seu governo

NICOLÁS MADURO

Eleito em abril de 2013 para suceder seu mentor Hugo Chávez, que faleceu em março daquele ano, o presidente Maduro encara uma forte pressão pela escassez de alimentos e medicamentos, agravada pela queda dos preços do petróleo.

O presidente socialista, um ex-motorista de ônibus de 54 anos, conta com o apoio das instituições do Estado, com exceção do Parlamento, controlado pela oposição desde janeiro de 2016.

15.fev.2017/Xinhua
Henrique Capriles, governador do Estado de Miranda, dá entrevista coletiva em Caracas
Henrique Capriles, governador do Estado de Miranda, dá entrevista coletiva em Caracas

HENRIQUE CAPRILES

Capriles é governador do Estado de Miranda, no norte do país, e em 2013 foi derrotado por Maduro por uma estreita margem de 1,5% na eleição presidencial. Este advogado de 44 anos foi a face mais visível dos esforços da oposição para substituir o governo.

No entanto, não poderia ser candidato em uma eventual eleição presidencial, já que foi inabilitado para cargos públicos por 15 anos por supostas irregularidades em seu mandato como governador.

Capriles classificou Maduro de ditador, enquanto o presidente acusou o opositor de "golpista", "terrorista" e até mesmo com o insulto homofóbico "Capriloca".

Marco Bello - 17.abr.2017/Reuters
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, fala durante cerimônia militar em Caracas
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, fala durante cerimônia militar em Caracas

VLADIMIR PADRINO

Lideradas pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino, as Forças Armadas reafirmaram sua "lealdade incondicional" a Maduro, enquanto a oposição a chamou a ser leal à Constituição e a não reprimir suas marchas.

As manifestações opositoras terminam geralmente em confrontos violentos com as forças de segurança.

O analista político Benigno Alarcón disse que Maduro comprou a lealdade dos comandantes militares entregando a eles um enorme poder político e econômico.

Edgard Garrido - 30.mar.2017/Reuters
O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, durante fórum na Cidade do México
O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, durante fórum na Cidade do México

LUIS ALMAGRO

Governos aliados de esquerda, como Cuba e Bolívia, apoiam Maduro em fóruns internacionais, enquanto os Estados Unidos e outros países latino-americanos, como Argentina, Brasil, Colômbia e México, manifestam sua preocupação pela democracia venezuelana.

A voz mais crítica fora das fronteiras da Venezuela é a do uruguaio Luis Almagro, secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), que classifica Maduro de ditador e que pediu a aplicação de sanções contra o seu governo.

CREDORES

Apesar da crise, a Venezuela cumpriu com seus compromissos internacionais de dívida com credores como China e Rússia.

Atualmente, qualquer acordo para obter créditos de investidores estrangeiros, incluindo contratos de petróleo, devem ser aprovados pelo Legislativo de maioria opositora.

A estatal russa Rosneft "não parece preocupada com os questionamentos de legalidade da oposição para rejeitar novos empréstimos", disseram analistas da consultoria Eurasia em uma nota de 6 de abril. "O último parece preocupar os chineses", acrescentaram.


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