Folha de S. Paulo


Facebook suspende 30 mil contas falsas na França antes de eleição

Justin Tallis/AFP
Facebook pretende combater com maior rigor a disseminação de notícias falsas
Facebook pretende combater com maior rigor a disseminação de notícias falsas

O Facebook anunciou nesta quinta-feira (13) ter suspendido 30 mil contas falsas na França a poucos dias da eleição presidencial para combater a disseminação de notícias falsas e spam.

A empresa diz tentar "reduzir a divulgação de materiais gerados por meio de atividade não autêntica, incluindo spam, desinformação ou outros conteúdos enganosos que são comumente compartilhados por criadores de perfis falsos".

Teme-se que a divulgação de conteúdos falsos nas redes sociais possa influenciar o resultado da corrida presidencial na França, uma das mais polarizadas da história recente. O pleito ocorrerá em 23 de abril, e o desempate está marcado para 7 de maio.

O Facebook sofreu muitas críticas após a eleição dos Estados Unidos, em novembro de 2016, tendo sido acusado de tomar poucas ações para combater a disseminação de notícias falsas em sua plataforma.

Um estudo do BuzzFeed mostrou que a interação de usuários da rede social com notícias falsas sobre a eleição superou o acesso a reportagens de grandes veículos de comunicação nos meses que antecederam o pleito. Segundo especialistas, a desinformação pode ter contribuído para que Donald Trump chegasse ao poder.

Desde então, o Facebook reforçou sua vigilância sobre contas falsas e instituiu avisos de confiabilidade de links externos.

Lionel Bonaventure/Reuters
Marine Le Pen, candidata da extrema direita, concede entrevista antes do debate presidencial na França, nesta terça-feira
Marine Le Pen, candidata da extrema direita, favorita no primeiro turno da eleição na França

OPERAÇÃO

O Facebook anunciou nesta sexta-feira ter descoberto uma operação internacional que espalhava a opção "curtir" e comentários falsos para ganhar amigos e enchê-los com mensagens spam.

A rede social afirmou que principalmente contas de Bangladesh, Indonésia e Arábia Saudita foram alvo deste ataque. A rede social disse que trabalhou durante seis meses para neutralizar o que considera uma campanha coordenada.

"Nossos sistemas foram capazes de identificar em grande parte esta atividade ilegal e de retirar um número importante de falsos 'curtir'", indicou em um comunicado Shabnam Shaik, responsável do programa de proteção técnica do Facebook.

"Para desfazer agora essa campanha, vamos evitar que a rede de remetentes não desejados possa alcançar seu objetivo de enviar elementos falsos para um grande número de pessoas", disse o comunicado.

O Facebook considerou que o objetivo seria enganar os donos das contas para que se tornassem "amigos" de perfis falsos por onde eram enviadas as mensagens spam.


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