Folha de S. Paulo


Rússia veta investigação da ONU sobre ataque químico na Síria

Em uma reunião tensa no Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira (12), os EUA afirmaram que a Rússia está "se isolando na comunidade internacional" ao manter o apoio ao ditador sírio, Bashar al-Assad.

Como previsto, Moscou vetou uma resolução que instalaria uma investigação da ONU sobre o ataque químico que deixou mais de 80 mortos no nordeste da Síria na semana passada. Foi o oitavo veto russo a uma resolução contra Assad desde o início da guerra civil síria, em 2011.

"Aos meus colegas da Rússia, vocês estão se isolando da comunidade internacional a cada vez que os aviões de Assad lançam outra bomba de barril em civis e toda vez que Assad tenta matar de fome uma comunidade", disse a embaixadora americana, Nikki Haley.

O representante britânico no conselho, Matthew Rycroft, informou que exames conduzidos no local do ataque indicaram a presença de gás sarin. Rycroft acusou a Rússia "ficar ao lado de um criminoso e assassino bárbaro em vez de seus pares internacionais".

O enviado russo, Vladimir Safronkov, rebateu: "Estou surpreso que essa seja a conclusão. Ninguém visitou até agora o local do crime. Como você sabe isso?". Ele exigiu que o britânico olhasse para ele ao afirmar que não permitiria "que a Rússia fosse insultada".

A reunião do Conselho de Segurança ocorre em meio a visita do secretário de Estado americano, Rex Tillerson, à Rússia, onde ele se encontrou com o chanceler Sergei Lavrov e o presidente Vladimir Putin.

Putin afirmou, em uma entrevista à mídia russa, que as relações com Washington pioraram desde a posse do presidente Donald Trump, visto como mais simpático a Moscou do que o ex-presidente Barack Obama.

Tillerson ecoou essa impressão de Putin, ao afirmar que "há um baixo nível de confiança entre nossos países".

Lavrov defendeu a realização de uma investigação independente sobre o ataque químico na Síria.


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