Folha de S. Paulo


Egito aprova estado de emergência de três meses após ataques

O governo do Egito aprovou um estado de emergência em todo país por três meses, informou em comunicado nesta segunda-feira (10), um dia depois de duas explosões em igrejas coptas deixarem pelo menos 44 mortos e cem feridos no país.

O estado de emergência entrou em vigor a partir de 13h (8h no horário de Brasília), segundo o comunicado, mas deverá ser aprovado pelo Parlamento em até sete dias para continuar válido.

A medida foi anunciada no domingo (9) em um comunicado televisionado do presidente Abdel Fattah al-Sisi, após os atentados.

"As Forças Armadas e a polícia farão o que for preciso para enfrentar as ameaças de terrorismo e suas fontes de financiamento", diz a nota do governo.

O estado de emergência deve expandir os poderes das forças de segurança. Há receio entre ativistas de que isso leve a um recrudescimento ainda maior no país, onde as liberdades individuais têm minguado, segundo organizações de defesa dos direitos humanos.

O primeiro ataque no domingo ocorreu na igreja de Mar Girgis, na cidade de Tanta. Pouco depois, um homem-bomba se explodiu diante da catedral de São Marco, em Alexandria, na costa mediterrânea.

Os atentados foram reivindicados pela organização terrorista Estado Islâmico (EI), que tem uma filial no Egito e declarou uma campanha de perseguição contra os cristãos coptas, que representam cerca de 10% da população do país.

FAMÍLIAS

Nesta segunda, famílias ainda tentavam encontrar os corpos de parentes mortos nos ataques. Em Tanta, a polícia barrou a multidão que se aglomerava do lado de fora do necrotério do hospital universitário da cidade.

"Por que vocês estão impedindo a nossa entrada? Onde vocês estavam quando tudo isso aconteceu?" gritou uma mulher que buscava um familiar.

Os ataques contra igrejas no Egito coincidem com a visita do papa Francisco, prevista para o fim deste mês, o que deve colocar a tensão sectária e a capacidade do aparato de segurança ainda mais em foco.

O papa afirmou no domingo, durante uma missa no Vaticano, que "reza pelos mortos" dos ataques no Egito. "Que o senhor converta os corações das pessoas que semeiam terror, violência e morte e mesmo os corações daqueles que produzem e traficam armas."

ISRAEL

Israel anunciou nesta segunda o fechamento de seu posto na fronteira com o Egito diante de ameaças de um ataque "iminente". Pouco depois, sirenes foram disparadas em partes do sul de Israel para alertar os residentes contra ataques de míssil.

Segundo o Exército israelense, um foguete disparado da península do Sinai caiu em uma estufa no país, sem deixar feridos. O EI reivindicou a autoria do ataque.

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