Folha de S. Paulo


Peru determina prisão de governador acusado de receber verba da Odebrecht

Sebastian Castaneda - 12.jan.2017/Reuters
Manifestantes carregam um caixão com a palavra Odebrecht em protesto contra corrupção em Lima
Manifestantes carregam um caixão com a palavra Odebrecht em protesto contra corrupção em Lima

A Justiça peruana determinou a prisão preventiva de Felix Moreno, governador de Callao, por um prazo de até 18 meses. Moreno é acusado de receber US$ 4 milhões (R$ 12,5 milhões) em propina da construtora Odebrecht.

O juiz Ricardo Mairinque decidiu no sábado (8), que as provas de que Moreno recebeu dinheiro em troca de um contrato de construção de uma estrada de 5km na costa do país são substanciais.

O uso da prisão preventiva por longos períodos para evitar a fuga de suspeitos e a obstrução das investigações é uma prática comum no Peru. A medida é criticada por alguns por violar o direito do devido processo penal.

O advogado de Moreno, Jose Luis Castillo, afirmou que considera a decisão arbitrária e que recorrerá.

Em dezembro, a Odebrecht admitiu que pagou propinas para obter contratos com governos de países da América Latina. No Peru, foram pagos US$ 29 milhões pelo favorecimento em obras públicas.

Segundo a Procuradoria, a campanha de reeleição de Moreno em 2014, comandada por Luis Favre, foi financiada com dinheiro da corrupção. Favre e Moreno negam as acusações.

As investigações do caso Odebrecht envolvem o ex-presidente peruano Alan Garcia, acusado de corrupção na construção do metro de Lima, e o ex-presidente Alejandro Toledo, também acusado de receber propina. O Peru solicitou aos Estados Unidos a extradição de Toledo.

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