Folha de S. Paulo


Oposição síria celebra bombardeio americano a base militar

Mass Communication Specialist 3rd Class Ford Williams/U.S. Navy via AP
Imagem cedida pela Marinha dos EUA do navio USS Porter lançando um míssil Tomahawk do mar Mediterrâneo em direção à Síria
Imagem cedida pela Marinha dos EUA do navio USS Porter lançando um míssil Tomahawk do mar Mediterrâneo em direção à Síria

A oposição síria celebrou na sexta-feira (7) o bombardeio americano a uma base militar próxima à cidade de Homs, no oeste do país, apesar de ter sinalizado que a ação não é o suficiente para mudar o rumo da guerra.

Opositores se ressentiam há anos da inação da administração de Barack Obama, que teria fracassado em seu apoio às forças rebeldes.

Hasan Haj Ali, comandante de uma facção armada na província de Idlib, afirmou à agência de notícias Reuters que o ataque americano "veio em um momento bastante importante" e mostrou aos sírios "que ainda há humanidade neste mundo".

Ele afirmou não esperar novos ataques, mas disse também que o momento "é bastante apropriado para o ditador Bashar al-Assad e os criminosos que estão com ele irem às lixeiras da história".

Onde fica - Base aérea de Al Shayrat - Alvo do Ataque dos EUA à Síria

Apesar das celebrações, parte da oposição síria reagiu com ceticismo a uma possível mudança de rumo no conflito, que se prolonga há seis anos, com quase meio milhão de vítimas.

"Foi um ataque único e de um único país, sem um plano e sem o consenso do Conselho de Segurança", afirmou à Folha um ativista exilado na Alemanha, que prefere não se identificar. "Não parece muito convincente."

A opinião foi reforçada por uma mensagem divulgada por Mohamed Alloush, um dos principais membros da facção Exército do Islã. Ele disse que "atingir uma base aérea não basta. Há 26 bases de onde eles atacam civis."

Mohamed Bayrakdar, outro líder nesse mesmo grupo, descreveu a ação americana como "um passo correto". "Celebramos toda resposta aos crimes do regime", disse à agência de notícias AFP.

ESCALADA

Diversas outras milícias rebeldes aproveitaram a súbita reação norte-americana e pediram que os bombardeios sejam intensificados.

"Esperamos que os ataques continuem, para impedir o regime de utilizar aviões para lançar novos ataques ou voltar a utilizar armas proibidas internacionalmente", disse Ahmad Ramadan, chefe de comunicação do grupo de oposição SNC (Coalizão Nacional Síria).

Em uma fala à TV al-Hadath, um líder rebelde não identificado instou a comunidade internacional a "atacar todos os aeroportos de onde sírios são alvejados".

Nasr al-Hariri, negociador-chefe do HNC (Alto Comitê de Negociações) disse por sua vez, em uma mensagem publicada em uma rede social, que uma campanha extensa de bombardeios "daria início à maneira correta de combater o terrorismo".

Esse comitê, que tem o apoio da Arábia Saudita, reúne grupos políticos e armados e participou das rodadas de negociações organizadas pela ONU em Genebra.

ATAQUE À SÍRIAO míssel Tomahawk

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