Folha de S. Paulo


Autópsia confirma a utilização de armas químicas em ataque na Síria

Ammar Abdullah/Reuters
Homem é tratado com oxigênio após ataque com gás na cidade de Khan Sheikhoun, na Síria
Homem é tratado com oxigênio após ataque com gás na cidade de Khan Sheikhun, na Síria

O governo da Turquia disse nesta quinta-feira (6) que autópsias confirmam o uso de armas químicas no ataque que deixou dezenas de mortos na terça-feira (4) em Khan Sheikhun, cidade síria controlada por opositores do ditador Bashar al-Assad.

"Foram realizadas autópsias em Adana (sul da Turquia) de três corpos transportados de Idlib. Os exames revelaram que armas químicas foram utilizadas", afirmou o ministro turco da Justiça, Bekir Bozdag.

"Este exame científico revela também que Assad utilizou armas químicas", disse o ministro, sem revelar os elementos que servem de base para a acusação.

O regime sírio voltou a negar que tenha usado armamento químico. "Posso garantir mais uma vez que o Exército árabe sírio não usou e nunca utilizará este tipo de armas contra nosso próprio povo, contra as nossas crianças, nem mesmo contra os terroristas que mataram nosso povo", disse nesta quinta o chanceler sírio, Walid Muallem.

Também nesta quinta-feira, o Ministério de Relações Exteriores da Rússia, aliada de Assad, declarou ser "muito cedo" para acusar o regime sírio de ser responsável pelo ataque, e que uma investigação é necessária.

O ministro da Defesa israelense, Avigdor Lieberman, disse ter "100% de certeza" que a ação foi realizada "por ordem direta e premeditada" de Assad, mas não informou em que esta certeza se baseava.

Nesta quarta-feira o presidente dos EUA Donald Trump disse que o ataque mudou sua visão sobre Assad.

A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, afirmou ao Conselho de Segurança que Washington irá agir na Síria se as Nações Unidas hesitarem.

Onde fica Khan Shaykhun, Síria


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