Folha de S. Paulo


Ato contra reeleição reúne centenas em frente ao Congresso do Paraguai

Daniel Avelar/Folhapress
O artista Eduardo Rojas (centro) e amigos no protesto em frente ao Congresso paraguaio contra a reeleição
O artista Eduardo Rojas (centro) e amigos no ato em frente ao Congresso contra a reeleição

Centenas de pessoas se reuniram nesta segunda-feira (4) na praça em frente ao Congresso paraguaio, em Assunção, em protesto contra a tentativa do presidente Horacio Cartes de aprovar a possibilidade de reeleição.

O local é o mesmo onde, na última sexta-feira (31), manifestantes entraram em confronto com a polícia após incendiarem e saquearem partes do edifício do Senado. O ato terminou com um saldo de 30 feridos e 200 detidos, além de um dirigente opositor morto pela polícia.

Nesta segunda, a polícia isolou os quarteirões ao redor da praça e revistou os manifestantes. O Congresso era protegido por dezenas de policiais.

Alguns manifestantes levaram bandeiras nacionais, outros vestiam camisas da seleção de futebol. Longas filas se formaram para a coleta de assinaturas contra o projeto de reeleição.

Ao redor de um palanque improvisado no centro da praça, manifestantes seguravam velas e cartazes. Por volta das 19h30 (20h30 em Brasília), fizeram um minuto de silêncio e, depois, cantaram o hino nacional.

Daniel Avelar/Folhapress
As estudantes Deisy Valdez (à dir.) e Angelina Gonzalez participam de protesto contra a reeleição
As estudantes Deisy Valdez (à dir.) e Angelina Gonzalez participam de protesto contra a reeleição

"Eu acredito na figura da reeleição, mas isso deve ser feito no futuro. O governo não pode apresentar isso agora, tão perto da eleição", disse Eduardo Rojas, 37, artista. "Estive no protesto passado. Foi horrível a atitude de ambos os lados [polícia e manifestantes], mas eu entendo o sentimento de impotência das pessoas."

A estudante Deisy Valdez, 20, acredita ser injusto que alguns congressistas "decidam por toda a população". "Agora estão dizendo que os manifestantes foram pagos para tumultuar, mas pode ter certeza de que a grande maioria aqui não recebeu nada. Estamos aqui por uma pátria nova."


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