Folha de S. Paulo


Secretário de Estado dos EUA pede mais esforço de aliados contra o EI

Diante de representantes dos 68 países e organizações que fazem parte da coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico (EI), o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, disse nesta quarta (22) que todas as nações envolvidas deverão fazer mais para combater a facção radical.

"Os Estados Unidos vão fazer a sua parte. Mas as circunstâncias no local exigem mais de cada um de vocês. Peço que cada país examine como pode ajudar melhor os esforços de estabilização", afirmou Tillerson, no Departamento de Estado, em Washington.

Drew Angerer/Getty Images/AFP
O secretário de Estado, Rex Tillerson (à dir.), posa para foto ao lado do premiê iraquiano, Haider al-Abadi
O secretário de Estado, Rex Tillerson (à dir.), posa para foto ao lado do premiê iraquiano, Haider al-Abadi

Diante de mais de 50 ministros, ele destacou que cerca de 75% da campanha militar contra o EI na Síria e no Iraque foi realizada pelos EUA e que 25% do investimento em esforços humanitários e de reconstrução também veio do país.

Havia uma expectativa que o secretário americano usasse o encontro —o primeiro com a presença de todos os membros desde 2014— para falar sobre quais são os planos do governo Trump para "erradicar o Estado Islâmico", uma das propostas de campanha do republicano.

No fim de fevereiro, o Pentágono atendeu a um pedido de Trump e apresentou um plano "preliminar", com medidas militares, financeiras e diplomáticas para aumentar a ação americana contra o EI.

Segundo a CNN, as propostas poderiam incluir até o envio, pela primeira vez, de soldados para combater no norte da Síria. No início do mês, a agência Reuters disse que a Casa Branca estava considerando enviar mil soldados para o Kuait como uma "força de reserva" no combate ao EI. Nenhuma dessas informações foi confirmada pelo governo.

Pelas declarações de Tillerson no encontro desta quarta, o plano do governo Trump até agora não parece, contudo, diferir muito do de seu antecessor.

Os dois têm como centro o uso de ataques aéreos enquanto contam com aliados locais no combate em solo. Desde setembro de 2014, quando foi formada, a coalizão já realizou 19 mil bombardeios contra supostos alvos do Estado Islâmico.

Oficialmente, o número de civis mortos por esses ataques não ultrapassa 200, mas um levantamento da Anistia Internacional com organizações locais diz que as mortes de civis podem passar de mil.

Outros pontos semelhantes nos dois planos de combate são tentar evitar a entrada de novos combatentes estrangeiros na guerra e combater o recrutamento pelas redes sociais e o financiamento para o terrorismo.

"Reconheço que existem muitos desafios urgentes no Oriente Médio, mas derrotar o Estado Islâmico é o objetivo número um dos EUA na região", disse Tillerson.

"Quando tudo é prioridade, nada é prioridade. Devemos continuar mantendo nosso foco no problema mais urgente à nossa frente."

Ele disse ainda que os EUA pretendem trabalhar para estabilizar as regiões libertadas do EI, "através de cessar-fogo, para permitir que os refugiados voltem para casa".

"Continuaremos a facilitar o retorno das pessoas aos seus lares e a trabalhar com a liderança política local. Eles proporcionarão uma governança estável e justa, reconstruirão a infraestrutura e fornecerão serviços essenciais".


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