Folha de S. Paulo


Republicanos obtêm primeira vitória para trocar sistema de saúde dos EUA

J. Scott Applewhite/Associated Press
Folders containing amendments to the GOP's
Pastas com emendas ao projeto de lei que substituirá o Obamacare durante debate do comitê

Os republicanos ultrapassaram nesta quinta-feira (9) o primeiro obstáculo para uma reforma maciça do sistema de saúde dos Estados Unidos apoiada pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

O comitê da Câmara dos Deputados responsável por tributação ("Ways and Means") aprovou o projeto de lei depois de debater o esboço da legislação durante quase 18 horas.

O Comitê de Energia e Comércio da casa realizou sua própria maratona em sessão dois dias depois de a medida ser anunciada por líderes republicanos.

"Este é um passo histórico, um passo importante na anulação do Obamacare", disse o deputado republicano Kevin Brady, presidente do comitê "Ways and Means" –referindo-se ao sistema de saúde de Barack Obama–, depois de o comitê endossar a medida pelo placar de 23 a 16.

O Congresso espera aprovar o projeto de lei, que revogaria muito da Lei de Saúde Acessível de 2010, conhecida popularmente como Obamacare, dentro de algumas semanas.

O projeto irá anular a obrigatoriedade de compra de planos para os cidadãos, reverter a maioria dos impostos do Obamacare, adotar um sistema novo e menor de créditos fiscais baseado na idade, e não na renda, e reformar o Medicaid, o programa de saúde governamental voltado para os pobres.

O comitê, que está analisando as provisões do projeto de lei relativas a impostos, não fez alterações ao texto, apesar das dezenas de tentativas dos democratas para lhe acrescentar emendas.

Hospitais, médicos, planos de saúde e defensores dos pacientes apelaram ao Congresso depois que o esboço do projeto foi divulgado na segunda-feira (6), pedindo que este reconsidere os cortes amplos e a forma como eles irão afetar o sistema de saúde.

Este é o primeiro teste legislativo de Trump, e o caos provocado ocorre depois da confusão criada por seu decreto presidencial proibindo a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana nos EUA, que mais tarde ele revisou.

Os parlamentares republicanos enfrentam a resistência de conservadores de suas próprias fileiras, segundo os quais o projeto de lei, que criaria um sistema de créditos fiscais para induzir as pessoas a comprar planos de saúde no mercado, não é radical o suficiente.


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