Folha de S. Paulo


Xerife e secretária viram celebridades em conferência conservadora nos EUA

Na última quinta-feira (23), uma fila se formou na conferência da União Conservadora Americana (ACU) para a inscrição em um sorteio. O prêmio: um boneco do xerife David Clarke, que, ao ser pressionado, solta frases como "a única razão que me levaria a me aproximar do outro lado [democrata] seria pegar um deles pelo pescoço".

A declaração é uma das mais famosas entre as várias polêmicas do xerife do condado de Milwaukee, no Wisconsin, que se tornou um popstar entre os conservadores linha-dura e tem 570 mil seguidores no Twitter.

Com o já característico chapéu de caubói preto, Clarke foi uma das presenças mais celebradas na conferência, junto ao governador do Wisconsin, Scott Walker, à secretária de Educação, Betsy DeVos, e a Donald Trump.

Em seu discurso, o xerife disse que as "cidades-santuário", que têm protegido imigrantes ilegais, são "refúgio para a atividade criminosa" e defendeu as novas regras para deportação. Nos bastidores, fez campanha para concorrer a senador em 2018.

Com tom menos duro e mais voltado para jovens conservadores, Walker, 49, conseguiu formar uma fila na conferência: para cumprimentá-lo com um "high five".

O governador, que chegou a ser um dos republicanos favoritos a disputar a Casa Branca, mas desistiu da corrida, calibrou o discurso para atingir o eleitor de Trump.

"Meu pedido a vocês hoje é que não fiquemos presos a Washington, não esqueçamos os eleitores, não ignoremos as pessoas que vivem a realidade em todo o país a cada dia", disse, sob aplausos.

Outro nome abraçado pelos conservadores foi o de Betsy DeVos, a secretária que só foi confirmada num Senado de maioria republicana com um empurrão do vice-presidente, Mike Pence.

"Ela é demais, né? Eu amo a Betsy", dizia uma estudante com saia de estampa de elefantes -mascote dos republicanos- a uma senhora que confessou ter ido ao National Harbor, nos arredores da capital, só para ver DeVos falar.

No palco, a secretária defendeu que todos os estudantes precisam "se sentir seguros e livres de discriminação" nas escolas. A declaração vem depois de o governo proibir que estudantes transgêneros usem os banheiros que escolherem. Segundo a imprensa americana, a decisão teve resistência de DeVos.


Endereço da página:

Links no texto: