Folha de S. Paulo


Irmão de ditador norte-coreano foi morto com arma química, diz Malásia

A polícia da Malásia anunciou nesta sexta-feira (24) que a substância química usada para matar Kim Jong-nam, irmão mais velho do ditador norte-coreano, Kim Jong-un, foi gás VX, considerado uma arma de destruição em massa.

Segundo os agentes, o gás letal foi encontrado nos tecidos faciais e nas pálpebras da vítima durante a perícia do corpo. O Centro de Armas Químicas malasiano ainda analisa outros itens e a presença de mais agentes químicos.

Jung Yeon-Je/AFP
Pessoas assistem em Seul à notícia sobre morte de Kim Jong-nam, irmão do ditador norte-coreano
Pessoas assistem em Seul à notícia sobre morte de Kim Jong-nam, irmão do ditador norte-coreano

O VX é um gás de ação mais rápida que seus congêneres, o sarin e o mostarda. Quem o inala demora menos a morrer devido a sua intensa ação no sistema nervoso central, provocando convulsões e insuficiência respiratória.

O agente químico está entre as substâncias proibidas pela Convenção de Armas Químicas, de 1992, e que deveriam ser destruídas até 2002. A Coreia do Norte, porém, está entre os cinco países que não são signatários.

Filho do ditador Kim Jong-il (1942-2011), Kim Jong-nam foi morto no dia 13 no aeroporto de Kuala Lumpur, capital da Malásia, após ser atacado por uma mulher que aspergiu líquidos químicos em seu rosto.

A suposta autora do crime, a vietnamita Doan Thi Huong, e outras três pessoas: a indonésia Siti Aisyah, um malasiano Muhammad Farid Jalaluddin, namorado de Aisyah, e o norte-coreano Ri Jong-chol.

Outros cidadãos do país comunista acusados de ligação com o homicídio estão foragidos, incluindo um funcionário da embaixada norte-coreana em Kuala Lumpur e um empregado da companhia aérea estatal Air Koryo.

O ataque ocorreu no saguão do terminal aéreo, de onde ele partiria para Macau. Os serviços de inteligência da Coreia do Sul acusam o regime norte-coreano de ter ordenado o assassinato. As mulheres teriam sido treinadas por Pyongyang.

PYONGYANG

Nesta quinta (23), a Coreia do Norte acusou a Malásia de ter "um propósito sinistro" por trás da morte e de colaborar com a Coreia do Sul para matar o meio-irmão do líder do regime comunista.

O país também acusou o governo malasiano de violar a lei internacional ao fazer uma autopsia de um estrangeiro e continuar com seu corpo, com o objetivo de manipular politicamente o homicídio.


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