O líder opositor Leopoldo López convocou uma rebelião eleitoral para pressionar pela realização de eleições na Venezuela, em carta lida durante protesto em Caracas ao completar três anos de prisão neste sábado (18).
"Estamos na obrigação de promover e organizar uma rebelião dos votos. Se o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) continuar com sua atitude, nós organizaremos, então, as eleições", disse López em carta escrita na prisão militar de Ramo Verde, arredores da capital.
Jorge Silva - 12.fev.2014/Reuters | ||
Leopoldo López durante protesto contra o governo em Caracas, na Venezuela, em foto de 2014 |
O dirigente se referia ao adiamento das eleições de governadores, que deveriam ter sido realizadas em dezembro passado e que foram adiadas pelo CNE, ainda sem data prevista. López também pediu a realização de eleições presidenciais adiantadas.
"Organizemos uma grande consulta popular na qual as pessoas votem e decidam se querem ou não que haja eleições presidenciais em 2017", indicou o político, pedindo a realização destas votações por meio de uma "escalada da pressão popular, democrática e não violenta".
A eleição presidencial está prevista para dezembro de 2018.
López, que cumpre pena de quase 14 anos de prisão sob acusação de incitar violência em protestos, pediu que a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) realize em março "uma grande adesão nacional para a convocação de eleições".
A mensagem foi lida perante 2.000 pessoas por Freddy Guevara, vice-presidente do Parlamento de maioria opositora, de um caminhão que serviu de palanque para a manifestação.
López considera a medida o caminho para tirar do poder o presidente Nicolás Maduro, eleito em 2013 para governar até 2019, e cuja gestão é reprovada por 80% dos venezuelanos, segundo pesquisas.