A Superintendência da Indústria e Comércio da Colômbia ordenou nesta quinta-feira (16) o cancelamento do contrato de uma concessão à Odebrecht para a construção de uma importante rodovia e também ordenou a abertura de uma licitação para conceder a obra a outra empresa.
A decisão foi tomada como consequência do escândalo que a empreiteira baiana enfrenta na Colômbia e outros países da América Latina após ter pago milhões em propinas para receber obras.
"Com o objetivo de restabelecer a livre competição econômica, a Superintendência ordenou à Agência Nacional de Infraestrutura finalizar de maneira imediata o Contrato de Concessão da Rota do Sol Trecho 2, junto às suas modificações, adições e outros", informou o órgão em comunicado.
A concessão para construção da estrada, que terá 528 quilômetros e é avaliada em cerca de US$ 1,7 bilhão (R$ 5,25 bilhões), estava sob controle da Odebrecht com 62% e a Corporação Financeira Colombiana era sócia, com 33%. A CSS Constructores tinha os 5% restantes.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, é acusado de ter recebido US$ 1 milhão (R$ 3,1 milhões) da Odebrecht em sua campanha de reeleição, em 2014. O Nobel da Paz nega as acusações e enfrenta pedidos de renúncia pela oposição.
A Odebrecht se declarou culpada em dezembro em tribunal nos Estados Unidos por violar normas contra propinas, após investigação no Brasil sobre uma extensa rede de corrupção entre 2001 e 2016, na qual pagou cerca de US$ 439 milhões (R$ 1,4 bilhão) a partidos políticos, funcionários estrangeiros e seus representantes em vários países da América Latina.
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