Folha de S. Paulo


Equipe eleitoral de Trump fez contatos frequentes com russos, diz 'NYT'

Telefonemas interceptados pelos serviços de inteligência dos EUA mostram que a equipe de Donald Trump fez contato com os russos um ano antes da eleição, informa nesta terça-feira (14) o jornal "The New York Times".

Segundo agentes ouvidos pela publicação, pelo menos quatro assessores do republicano com trânsito ou negócios com autoridades russas se comunicaram com membros do governo de Vladimir Putin no período eleitoral.

Eduardo Muñoz Álvarez/AFP
Manifestante carrega cartaz em que brinca com a relação entre Trump e Putin no Dia dos Namorados
Manifestante carrega cartaz em que brinca com a relação entre Trump e Putin no Dia dos Namorados

As ligações aconteceram na mesma época em que os serviços de inteligência descobriram as primeiras provas de que os russos estavam por trás do ataque cibernético aos e-mails do Comitê Nacional Democrata.

As mensagens vazaram antes da convenção do partido, em julho, mas só depois de um segundo vazamento de e-mails da campanha de Hillary Clinton, para o site WikiLeaks em outubro, é que o FBI acusou diretamente Moscou.

A partir daí, os agentes tentaram descobrir se a equipe de campanha de Trump coordenava os vazamentos e ataques cibernéticos com a Rússia, mas não encontraram nenhuma prova até o momento desta acusação.

Os resultados preocuparam as agências, principalmente pelas demonstrações de proximidade entre Trump e Putin. Na campanha, o republicano chegou a dizer que esperava que Moscou tivesse roubado os e-mails de Hillary e os vazasse.

Dentre os assessores citados, estão o ex-assessor de Segurança Nacional Michael Flynn, que deixou o governo nesta terça por ter mentido sobre uma reunião com o embaixador russo, e Paul Manafort, chefe de campanha.

Os outros dois foram Carter Page, empresário e antigo assessor de política externa da campanha, e Roger Stone, que participava há anos de campanhas republicanas.

Procurado pelo "New York Times", Paul Manafort negou qualquer contato com o governo russo e chamou a acusação de absurda. "Nunca me envolvi com nada que tivesse relação com o governo russo ou administração Putin", disse.

Dois dias depois da eleição, o vice-chanceler russo, Sergei Ryabkov, disse que houve contatos na campanha entre os russos e a equipe de Trump. Na época, a equipe de transição negou qualquer contato.


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