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Trump enfrenta oposição histórica a gabinete presidencial no Senado

Reprodução/TV Senado dos EUA/Associated Press
Sessão do Senado que confirmou Betsy DeVos como secretária da Educação após desempate inédito
Sessão do Senado que confirmou Betsy DeVos como secretária da Educação após desempate inédito

As recentes batalhas no Senado americano pela aprovação de nomes do presidente Donald Trump para seu secretariado indicam a maior oposição a um gabinete presidencial desde os anos 1980.

Três dos indicados de Trump –Jeff Sessions à Justiça, Rex Tillerson ao Departamento de Estado e Tom Price à Saúde– tiveram mais de 40 votos contrários aos seus nomes.

A oposição à indicação de Betsy DeVos (Educação) somou 50 parlamentares, e o vice-presidente, Mike Pence –que preside o Senado– teve de desempatar a votação, fato inédito na confirmação de um nome ao gabinete.

Duas senadoras republicanas votaram contra DeVos por considerarem a filantropa despreparada para chefiar a pasta da Educação.

Hoje, a Casa é composta por 52 republicanos, 46 democratas e dois independentes, que costumam votar com os democratas. Para confirmar um indicado ao gabinete, basta maioria simples.

Comparando-se o primeiro ano dos últimos cinco presidentes, é visível a resistência que o Senado vem impondo ao secretariado de Trump.

Em 2009, os dois indicados de Barack Obama que atraíram maior rejeição tiveram pouco mais de 30 votos contrários. Um deles era Timothy Geithner, nomeado para o Tesouro, envolvido em uma polêmica por dívidas com o Fisco.

Para aprovar um nome do gabinete no primeiro ano de seu governo, o republicano George W. Bush teve dor de cabeça apenas com John Ashcroft (Justiça). O ex-senador, assim como Sessions neste ano, enfrentou oposição por sua atuação como procurador estadual, considerada segregacionista pela população negra.

O democrata Bill Clinton teve um início de governo mais tranquilo –a maioria de seus indicados foi aclamada de forma unânime pela Casa.

Já o republicano George H. Bush enfrentou, em 1989, a primeira rejeição de um secretário pelo Senado. Com 53 votos, o então senador John Tower não pôde assumir a Defesa –pesaram as alegações de problemas com bebida e maus tratos a mulheres.

Trump tem confirmados apenas 9 dos 23 nomes do gabinete, entre secretários (15) e diretores de agências federais com status de secretário (8). No mesmo período de governo, em 2009, Obama já tinha 16 aprovados pelo Senado.

Editoria de Arte/Folhapress

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