Folha de S. Paulo


Temer se diz preocupado com situação da Venezuela, diz líder do Legislativo

O presidente Michel Temer enviou uma carta ao presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Julio Borges, em que manifesta sua preocupação com a situação do país e lamenta a rejeição de uma doação de remédios.

Uma tradução livre da carta para o espanhol foi publicada nesta terça-feira (7) e teria sido uma resposta a uma correspondência entregue pela oposição à delegação brasileira durante a cúpula da Celac (Comunidade Latino-Americana de Nações), em janeiro.

Carlos Garcia Rawlins - 26.jan.2017/Reuters
O presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, faz sessão plenária em favela em Caracas
O presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, faz sessão plenária em favela em Caracas

O documento original não foi publicado pelo site da Assembleia Nacional. A Folha não conseguiu confirmar a autenticidade do documento com a Presidência e o Itamaraty.

Nela, Temer teria lembrado a Borges que ofereceu no ano passado ajuda humanitária ao país vizinho, incluindo doação de remédios, que foi rejeitada pelo governo de Nicolás Maduro. "Infelizmente, a oferta não foi aceita.".

Embora tenha oferecido ajuda, Temer afirmou que agirá "na medida do possível, no mais absoluto respeito à soberania da Venezuela". "Saiba vossa excelência e seus conterrâneos que o Brasil sempre estará ao lado do povo venezuelano."

A resposta mostra que o governo brasileiro deve continuar a fazer declarações contrárias a Maduro, mas que não deve interferir por ora na crise política e econômica venezuelana de forma mais contundente.

A tática é a mesma seguida por outros países latino-americanos. Isso levou a críticas da oposição venezuelana, que tenta abreviar o mandato do chavista, que termina em 2019.

Nicolás Maduro não reconhece Temer por considerar um golpe o impeachment contra Dilma Rousseff. Meses antes de ser deposta, ela tentou se distanciar de Caracas, mas o PT continuou apoiando o chavismo.


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