O candidato conservador François Fillon anunciou na segunda-feira (6) que não irá abandonar a corrida presidencial francesa, a despeito do escândalo de corrupção pelo qual é investigado.
O ex-premiê Fillon, do partido Republicanos, é acusado de empregar sua mulher para uma função pública que ela não exerceu. Fillon empregou também dois de seus filhos como advogados, segundo a mídia local.
Eric Fererberg - 27.nov.2016/AFP | ||
O presidenciável conservador francês, François Fillon, em cabine de votação, em Paris |
Ele se defendeu durante a tarde em uma entrevista coletiva, pedindo desculpas ao público francês por ter empregado familiares. O candidato insistiu, no entanto, que sua mulher de fato desempenhou a função de assistente parlamentar, pela qual foi paga por 15 anos.
"Eu trabalhei por meu país sem jamais violar a lei", disse. O salário pago a sua mulher foi, segundo o conservador, "perfeitamente justificado" –em média, o equivalente a R$ 12 mil mensais.
PERSPECTIVA
Fillon afirmou que "uma nova campanha" começa agora, em meio às investigações, e que ele é vítima de uma perseguição política.
Mas o conservador está perdendo terreno e, com a imagem danificada, deixa aos poucos de ser um dos favoritos para as eleições.
O primeiro turno será em 23 de abril, com uma segunda rodada em 7 de maio.
Uma pesquisa divulgada na segunda-feira aponta que o segundo turno será disputado pelo centrista independente Emmanuel Macron e pela ultra-direitista Marine Le Pen, da Frente Nacional.
Segundo essa sondagem, Macron venceria o pleito com 65% dos votos versus os 35% recebidos por Le Pen.
Esses números são recebidos na França, no entanto, com bastante cautela.
As perspectivas para o segundo turno já foram alteradas diversas vezes nas últimas semanas. Houve várias outras surpresas, incluindo a própria candidatura de Fillon, que derrotou o ex-presidente Nicolas Sarkozy nas primárias da direita.