Folha de S. Paulo


Gigantes da tecnologia criticam lei anti-imigração de Trump

Nicholas Kamm/AFP
US President Donald Trump addresses a Republican retreat in Philadelphia on January 26, 2017.
O presidente dos EUA, Donald Trump

A indústria da tecnologia americana, uma grande empregadora de trabalhadores estrangeiros, criticou o presidente Donald Trump por sua decisão de barrar refugiados e pessoas de países de maioria muçulmana. Alguns executivos das companhias afirmaram que a medida é imoral e anti-americana. Entre os críticos da medida estão Apple, Google, Netflix, Tesla, Airbnb, Microsoft, Uber e Facebook.

O presidente-executivo da Netflix, Reed Hastings, afirmou que foi "uma semana triste" e acrescentou: "É hora de nos unirmos para proteger os valores americanos de liberdade e oportunidade". A decisão de impedir a entrada de refugiados e de pessoas de sete países de maioria muçulmana marcou o fim da primeira semana de Trump como presidente dos Estados Unidos.

Tim Cook, CEO da Apple, enviou uma mensagem aos funcionários dizendo que a ordem de Trump não é uma política apoiada pela companhia e prometeu ajudar empregados que possam ser afetados.

"Nós entramos em contato com a Casa Branca para explicar os efeitos negativos para medida para nossos empregados e para nossa companhia", afirmou Cook.

Elon Musk, sul-africano e fundador da companhia de carros elétricos Tesla, que recentemente se encontrou com o presidente americano, escreveu em sua conta no Twitter que barrar a entrada de cidadão de certos países de maioria muçulmana não é o melhor jeito de resolver os desafios dos Estados Unidos.

O cofundador e CEO do Airbnb, Brian Chesky, disse que "não permitir a entrada de países ou refugiados os Estados Unidos não é certo e devemos permanecer ao lado daqueles que são afetados".

A ordem de Trump assinada na sexta-feira pode causar uma grande dor de cabeça para as empresas de tecnologia, porque tem o potencial de deixar funcionários em viagem presos fora dos Estados Unidos.

A Alphabet (dona do Google) chamou de volta urgentemente os funcionários em viagem internacional e pediu àqueles que podem ser afetados pela medida que não deixem os Estados Unidos.

Segundo o CEO da Alphabet, Sundar Pichai, mais de 100 funcionários da empresa podem ser afetados.

"Nós estamos preocupados com o impacto dessa ordem e de qualquer proposta que imponha restrições a funcionários do Google e suas famílias, ou que possa criar barreiras para trazer grandes talentos aos Estados Unidos, disse o Google em comunicado.

A Microsoft tem 76 funcionários que nasceram nos sete países sob restrição e que podem ser afetados. A companhia ainda não estimou quantos trabalhadores têm o green card e poderiam ser afetados.

O CEO da Uber, Travis Kalanick,que foi criticado por participar de um conselho consultivo de negócios de Trump, afirmou em comunicado que a companhia vai compensar funcionários que forem impedidos de retornar aos Estados Unidos.

Mark Zuckerberg disse em uma publicação no Facebook que está preocupado com a medida de Trump e que apoia imigrantes.


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