Folha de S. Paulo


Ex-embaixador no Brasil assume diplomacia dos EUA interinamente

O ex-embaixador americano no Brasil Thomas Shannon será o secretário de Estado em exercício enquanto o nome do ex-presidente da petroleira ExxonMobil Rex Tillerson não for aprovado para o posto pelo Congresso.

A decisão foi tomada pelo presidente eleito Donald Trump, que pediu a cerca de 50 altos funcionários apontados por Barack Obama para que permanecessem em seus postos após a sua posse, nesta sexta (20). A solução é temporária, para "tapar os buracos" do novo governo.

No entanto, Sean Spicer, o novo porta-voz da Casa Branca, justificou a medida, em sua primeira conversa com a imprensa, dizendo que ela serviria para garantir a "continuidade do governo".

Pedro Ladeira/Folhapress
O subsecretário de Estado para Assuntos Políticos Thomas Shannon, que foi embaixador no Brasil
O subsecretário de Estado para Assuntos Políticos Thomas Shannon, que foi embaixador no Brasil

Diplomata experiente, Shannon, 58, é o subsecretário de Estado para Assuntos Políticos –o principal posto ocupado por diplomatas no Departamento de Estado– desde fevereiro de 2016.

Shannon foi secretário de Estado assistente para Assuntos do Hemisfério Ocidental (2005-2009) e embaixador no Brasil de 2009 a 2013, e é uma das referências na diplomacia americana quando o tema é o continente americano.

Apenas os dois nomes menos controversos dos 15 indicados por Trump para seu gabinete –o general John F. Kelly para secretário de Segurança Interna e o general James N. Mattis para secretário de Defesa– devem estar confirmados até o fim desta sexta pelo Senado.

Os democratas no Senado concordaram em votar a confirmação destes nomes nesta tarde –e os dois devem ter apoio dos dois partidos.

Todos os altos cargos do gabinete de um novo presidente precisam de aprovação do Congresso, menos o de chefe de gabinete. O processo se inicia quando os indicados são informados ao comitê do Senado responsável pelo tema.

O comitê pode conduzir sabatinas antes de votar, transferir a votação direto para o plenário do Senado ou frear a indicação. Nos comitês e no plenário, é necessária a aprovação por maioria simples.

Os indicados para as pastas de Educação (a empresária Betsy DeVos), Saúde (Tom Price) e Orçamento (Mick Mulvaney), e para secretário de Justiça (Jeff Sessions) devem enfrentar resistência, apesar da maioria republicana no Senado.


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