Folha de S. Paulo


Suspeito de ataque em Fort Lauderdale passou por tratamento psicológico

O ex-militar Esteban Santiago, 26, suposto atirador que matou cinco pessoas no aeroporto de Fort Lauderdale nesta sexta-feira (6), fez tratamento psicológico após uma visita ao FBI (polícia federal dos EUA) em novembro passado.

Santiago chegou à Flórida vindo de Anchorage, no Alasca, onde morava, com conexão em Minneapolis. Ao chegar à sala de restituição de bagagens, retirou a arma que levava de sua mala e abriu fogo contra os passageiros.

Agentes de segurança federais disseram à imprensa americana que ele começou um tratamento psicológico depois de visitar a sede do FBI em Anchorage há três meses para relatar uma ocorrência.

Santiago foi ao local para dizer que ouvia vozes. Dentre eles, uma dizendo que a CIA (Agência Central de Inteligência) estava lhe forçando a ver vídeos da milícia terrorista Estado Islâmico para dominar sua mente.

O suposto atirador acusava a CIA de forçá-lo a aderir à facção. Os agentes afirmam que a polícia local foi chamada e o ex-militar foi voluntariamente a um centro de atendimento psiquiátrico para tratamento.

O incidente ocorreu um mês depois de ele ser colocado na reserva do Exército por performance insatisfatória. Apesar disso, não foi cassada a licença de porte e translado de armas, que permitiu o embarque.

MILITAR

De origem porto-riquenha, o suspeito nasceu no Estado de Nova Jersey, mas aos dois anos de idade se mudou para a ilha. Em 2008 alistou-se na Guarda Nacional de Porto Rico, e dois anos depois foi convocado para o Iraque.

Ele ficou de abril de 2010 a fevereiro de 2011 na guerra no país árabe e recebeu um prêmio pela ação em combate antes de voltar. Na época chegou a passar por tratamento por transtorno pós-traumático, mas foi liberado.

Mudou-se para Anchorage em 2013 para servir na Guarda Nacional do Alasca como engenheiro de combate. Nesta época ele voltou a ter problemas psicológicos e cometeu delitos.

Em 2015 foi acusado de violência doméstica pela namorada após uma briga. O caso foi arquivado depois que ele foi obrigado a seguir guerras estritas.

Meses antes havia sido despejado de seu apartamento por não pagar o aluguel de US$ 435. Ele ainda foi acusado de agressão e dano ao patrimônio em Anchorage, mas o processo também foi arquivado.

Na mesma época ele deixou seu posto militar diversas vezes, segundo o Pentágono, um dos motivos que levaram a seu afastamento definitivo. Nos últimos meses, ele se tornou pai.

Um dos irmãos do suspeito, Brayan Santiago disse, em entrevista ao canal NBC, que não imaginava que seu irmão fosse capaz de um ataque como esse, mas que ele pode ter tido uma visão de seu período na guerra.

Segundo Brayan, a família não tinha notícias de Esteban por três semanas, motivo pelo qual eles estavam preocupados. "Ele era uma pessoa comum, espirituosa, do bem", disse.


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