Folha de S. Paulo


Trump reitera que recursos gastos com muro serão reembolsados pelo México

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a dizer nesta sexta-feira (6) que o México pagaria pelo muro a ser construído na fronteira do país com os EUA.

O presidente eleito falou do assunto depois que a mídia americana afirmou que a equipe de transição de Trump havia sinalizado a republicanos no Congresso que ele preferia que os EUA financiassem a construção do muro, já a partir de abril.

Segundo Trump, a mídia deixou de informar que o montante eventualmente gasto pelos EUA para começar o projeto seria reembolsado pelo país vizinho.

"A imprensa desonesta não relatou que qualquer recurso gasto na construção da Grande Muralha (para se ter mais velocidade) será pago de volta pelo México depois!", tuitou Trump.

Sean Spicer, porta-voz do presidente eleito, disse que o fato de os EUA pagarem pelo início do projeto "não significa que Trump quebrou sua promessa" e que o presidente eleito continuaria a falar com o governo mexicano sobre o pagamento do país pelo muro na fronteira.

Kellyanne Conway, uma das principais assessoras de Trump, também disse que o presidente eleito não voltaria atrás em sua promessa de campanha.

"Nada mudou em nossa perspectiva. O Congresso está assumindo a tarefa de explorar diversas opções para pagar pelo muro", ela disse à rede CBS nesta sexta-feira.

O plano da equipe de transição seria usar leis que já existem e que permitem a construção de cercas e o uso de outras tecnologias na fronteira para custear a barreira.

No Legislativo, houve reações tanto da futura oposição (os democratas) quanto da futura situação (republicanos), antecipando a provável resistência de congressistas à proposta de os americanos bancarem a obra.

O muro na fronteira com o México, que tem o intuito de dificultar a imigração irregular, foi uma das principais e mais ruidosas promessas de campanha de Donald Trump.

Para alguns conservadores, melhor do que a barreira física seria uma econômica.

Eles sugerem o corte de benefícios e de oportunidades de empregos a imigrantes sem documentação legal.

Já o deputado republicano Luke Messe propôs o fim de um crédito tributário destinado a imigrantes cujos filhos tenham nascido nos Estados Unidos.

Com isso, sustentou o congressista, o país deixaria de gastar US$ 4,2 bilhões por ano, e em dois anos terá arrecado suficiente para arcar com o grosso da obra.

O presidente do México Enrique Peña Nieto, que em agosto negou taxativamente que seu país custearia muro, não teceu novo comentário.

Como em outras ocasiões, a fala de Trump teve repercussões no mercado.

O peso mexicano registrou leve desvalorização, depois de ter recuado a patamares mínimos recordes, em reação a críticas do presidente eleito a empresas que produzem bens no país vizinho.


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