Folha de S. Paulo


Obama promete represálias à Rússia por hackear eleições; Kremlin reage

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quinta-feira (15) que adotará represálias pelos ciberataques que tentaram interferir nas eleições presidenciais de novembro.

Mais cedo, a Casa Branca responsabilizou diretamente o presidente russo, Vladimir Putin, pelos ciberataques, elevando a tensão entre as duas maiores potências atômicas do mundo. O Kremlin respondeu criticando a falta de provas nas acusações.

"Acredito que não há dúvidas de que quando um governo estrangeiro tenta violar a integridade das nossas eleições, é preciso adotar ações", disse Obama à rádio pública NPR. "Vamos fazer isto, no lugar e momento adequados."

A CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA) concluiu em um relatório secreto revelado na semana passada pelo jornal "The Washington Post" que a Rússia interveio com ciberataques na campanha eleitoral americana, com o fim preciso de ajudar o republicano Donald Trump a vencer.

Trump voltou a insinuar nesta quinta-feira que a Casa Branca tem intenções partidárias ao responsabilizar a Rússia pelos ataques de hackers contra sua adversária nas eleições, a democrata Hillary Clinton.

"Se a Rússia ou outra entidade realizavam ataques informáticos, por que a Casa Branca esperou tanto tempo para reagir? Porque acabaram de se queixar após a derrota de Hillary Clinton", escreveu em uma rede social.

A acusação já tinha sido rechaçada nesta quinta por Moscou. "Os absurdos não se baseiam em nenhum fundamento", declarou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

DECLARAÇÕES 'INDECENTES'

As declarações da Casa Branca acusando a Rússia de ter perturbado as eleições presidenciais dos Estados Unidos através de ciberataques contra contas de e-mail são "indecentes", considerou nesta sexta-feira o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov.

Em relação à suposta responsabilidade de Moscou nestas ações de hackers, "eles precisam parar de falar sobre isso ou finalmente apresentar algum tipo de prova. Caso contrário, isso parece extremamente indecente", declarou aos jornalistas durante uma visita do presidente Vladimir Putin a Tóquio.


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