Folha de S. Paulo


Novo premiê da Itália mantém em seu gabinete nomes do governo Renzi

O novo premiê italiano, Paolo Gentiloni, indicado pelo presidente Sergio Mattarella para formar um governo após a saída de Matteo Renzi, escolheu, nesta segunda-feira (12), um gabinete que se aproxima muito do de seu antecessor.

Gentiloni manteve alguns postos-chave, como Pier Carlo Padoan como ministro de Economia e Finanças, e, em outros casos, apenas mudou os nomes entre as pastas —como Angelino Alfano, antes ministro do Interior e que agora assumirá o ministério de Relações Exteriores, cargo deixado por Gentiloni.

Vincenzo Pinto/AFP
O primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, posa ao lado de seu antecessor, Matteo Renzi, em Roma
O primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, posa ao lado de seu antecessor, Matteo Renzi, em Roma

O novo gabinete foi empossado na noite desta segunda-feira e, entre terça (13) e quarta-feira (14), suas escolhas serão submetidas ao voto de confiança do Parlamento. A pressa é para que os nomes escolhidos possam representar a Itália na quinta (15) no Conselho Europeu, em Bruxelas.

"Fiz o meu melhor para formar um governo no menor tempo possível", disse Gentiloni, que foi indicado no domingo (11), a repórteres.

A manutenção de Padoan indica a intenção do novo premiê de manter a estratégia de Renzi de tentar retomar o crescimento. A decisão de realocar Alfano para a chancelaria, por sua vez, confirma a orientação política contra o fechamento das fronteiras na Europa para refugiados que fogem de conflitos.

Também foram confirmados Roberta Pinotti para a Defesa, Giuliano Poletti no Trabalho e Andrea Orlando na Justiça. Maria Elena Boschi, uma das responsáveis pelo fracasso do referendo constitucional que levou à saída de Renzi, deixou o ministério para as Reformas para assumir um cargo mais estratégico: de vice-secretária da Presidência do Conselho de Ministros.

Gentiloni, 62, disse, no domingo, que tem entre suas prioridades lançar uma nova lei eleitoral que abranja a Câmara dos Deputados e o Senado e governar a urgente reconstrução dos povoados destruídos pelos terremotos de agosto e outubro.

A oposição criticou o novo governo, classificando-o como uma cópia do de Renzi. Para o Cinco Estrelas e o xenófobo Liga Norte, Gentiloni é uma "marionete" do ex-premiê.


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