Folha de S. Paulo


Chanceleres da região rechaçam ataques de Maduro e apoiam mediação

Os chanceleres do Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Guatemala, México, Paraguai, Peru e Uruguai vão emitir uma nota nesta quarta (7) em que reiteram o apoio ao Vaticano como mediador do diálogo entre o governo venezuelano e a oposição e advertem o presidente Nicolás Maduro.

Em transmissão ao vivo pela TV venezuelana, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, atacou duramente o Vaticano na sexta-feira (3). Ele se referiu ao vaticano como um "facilitador" que seria "sabotador" e que era "cúmplice na tentativa de implodir o diálogo".

31.out.2016/AFP
Handout picture released by the Venezuelan Presidency showing Venezuelan President Nicolas Maduro listening to Vatican's pontifical council for social communications, Monsignor Claudio Maria Celli, on October 31, 2016 at the Miraflores presidential palace in Caracas, where he arrived to underscore US support for a newly begun political dialogue between the leftist government and the opposition. Venezuelan government and opposition leaders on Sunday opened Vatican-mediated talks, agreeing to an agenda for further discussions aimed at defusing a deepening political impasse in the oil-rich South American nation. / AFP PHOTO / Venezuelan Presidency / HO / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, encontra representante do Vaticano, Claudio Maria Celli

Uma carta confidencial mandada pelo enviado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, a Maduro, Ernesto Samper (secretário da Unasul), aos três ex-presidentes que participam da mediação e a membros da MUD (Mesa da Unidade Democrática, que congrega legendas da oposição venezuelana) produziu a explosão de Maduro.

Na carta, o Vaticano "exigia" que, antes de 6 de dezembro, o governo implementasse medidas para permitir o ingresso de alimentos e remédios no país, que entrasse em acordo sobre um cronograma eleitoral, libertasse os presos políticos. Encerrava a carta dizendo: "A Santa Sé se reserva o direito de tornar pública essa comunicação quando achar conveniente".

Na nota, a que a Folha teve acesso, os chanceleres afirmam que irão continuar "apoiando os esforços dos ex-presidentes e a contribuição prudente do Vaticano, que deve ser altamente apreciada por todas as partes e representou uma ajuda desinteressada para favorecer o processo de diálogo no país vizinho."

Também pedem um "tratamento mútuo respeitoso e do cumprimento estrito dos acordos alcançados no âmbito deste diálogo, que são essenciais para gerar a confiança necessária, para assegurar o envolvimento permanente de todas as partes e para avançar na solução das diferenças, em benefício do povo venezuelano."

Na semana passada, no dia 1º, a Venezuela recebeu a notificação de suspensão do Mercosul.


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