Folha de S. Paulo


Oposição venezuelana suspende diálogo e exige que se discuta eleição

A oposição venezuelana anunciou nesta terça-feira (6) que suspenderá o diálogo com o governo, mediado pelo Vaticano, até que o presidente Nicolás Maduro aceite adotar uma saída eleitoral para o conflito e libertar os presos políticos.

As conversas ficam estancadas às vésperas da terceira reunião do processo iniciado em 30 de outubro sob a mediação do papa Francisco e da Unasul (União de Nações Sul-Americanas).

Federico Parra/AFP
Manifestantes pedem a libertação de presos político em frente à Nunciatura Apostólica em Caracas
Manifestantes pedem a libertação de presos político em frente à Nunciatura Apostólica em Caracas

Continuamos no mecanismo de diálogo, mas não vamos participar, declarou o secretário-executivo da coalizão Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba, referindo-se ao encontro com o governo nesta terça-feira (6). Segundo ele, a oposição manterá contato unicamente com os facilitadores, em especial com os representantes do Vaticano.

A saída eleitoral é uma possibilidade remota, uma vez que o governo Maduro já manobrou de forma a impedir que o referendo revogatório ocorresse neste ano justamente para evitar novas eleições, caso a população optasse por sua saída.

Nesta terça, dois delegados da MUD se reuniam com o monsenhor Claudio María Celli, enviado do papa, para conversar sobre os presos políticos, especialmente um grupo de 14 pessoas que declarou greve de fome no último domingo (4).

Maduro descarta que a libertação dos opositores presos também entre na agenda de discussões.

A MUD quer ainda que o governo aceite doações internacionais de alimentos e de remédios e que a Justiça suspenda a medida de desacato ditada contra a Assembleia Nacional, de maioria opositora.

Retomaremos a agenda que suspendemos antes de nos sentar para iniciar o processo de diálogo, confirmou o presidente da Assembleia, o opositor Henry Ramos Allup.


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