Folha de S. Paulo


Exilada em Miami, Juanita Castro descarta ir ao funeral do irmão Fidel

Ivan Canas - 26.out.2009/Notimex
ORG XMIT: 404901_1.tif Juanita castro, irmã do líder cubano, Fidel Castro, responde a perguntas na farmácia Notimex de sua propriedade na Little Havana, em Miami (EUA) *** FLO60804034. JUANITA CASTRO, HERMANA DEL GOBERNANTE CUBANO FIDEL CASTRO, RESPONDE PREGUNTAS A NOTIMEX EN LA FARMACIA DE SU PROPIEDAD UBICADA EN LA PEQUENA HABANA EN MIAMI. NOTIMEX/FOTO/IVAN CANAS/FRE/POL/
Juanita Castro, irmã de Fidel, na farmácia que teve no distrito de Little Havana, Miami

Juanita Castro, a irmã de Fidel que vive no exílio em Miami desde os anos 1960, disse à imprensa local neste sábado (26) que não irá ao funeral do ditador cubano, em Havana, embora lamente sua morte.

"Diante dos rumores pouco saudáveis de que me dirigia para Cuba para os funerais, quero esclarecer que, em nenhum momento, voltarei para a Ilha, nem tenho planos de fazê-lo", declarou Juanita ao jornal "El Nuevo Herald".

"Lutei ao lado desse exílio, braço com braço nas etapas mais ativas e intensas em décadas passadas, e respeito os sentimentos de cada um", insistiu a dissidente cubana.

Fidel Castro morreu na sexta-feira à noite, aos 90 anos, uma notícia que inundou de alegria os cubanos exilados em Miami.

"Não me regozijo da morte de nenhum ser humano, muito menos posso fazê-lo com alguém com meu sangue e meus sobrenomes", disse Juanita ao Herald.

"Como irmã de Fidel, estou vivendo, nesse momento, a perda de um ser humano que teve meu sangue", completou.

Fidel e o atual presidente, Raúl, foram dois de sete irmãos. Deles, Juanita, nascida em 1933, é a única a criticar publicamente o rumo comunista tomado pela Revolução Cubana.

Ela se exilou em Miami, em 1964, de onde denunciou publicamente o governo dos irmãos e colaborou com a CIA sob o nome-código de "Donna" nos planos para derrubá-lo, como ela mesma confessou depois.

Juanita Castro acrescentou que se exilou, assim como "todos os cubanos que saíram para encontrar um espaço onde lutar pela liberdade de seu país" e que, para isso, teve de pagar "um alto preço de dor e isolamento".


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