Folha de S. Paulo


Fidel 'foi um líder de convicções', diz Temer; 'o maior de todos', afirma Lula

O presidente da República, Michel Temer, comentou na manhã deste sábado (26) a morte do ditador cubando Fidel Castro, aos 90 anos.

"Fidel Castro foi um líder de convicções. Marcou a segunda metade do século 20 com a defesa firme das ideias em que acreditava", afirmou Temer em nota.

Presidente do Congresso Nacional, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) lamentou o fato e destacou que Fidel, "a despeito de suas convicções e ideologias políticas, foi um homem que marcou a história mundial".

"Em momento como este, devemos nos lembrar que posições políticas diferentes, desde que respeitados valores democráticos, contribuem para enriquecer nossa história".

Líderes mundiais também se manifestaram sobre a morte de Fidel, que foi um símbolo da revolução cubana em 1959 e permaneceu no poder por 49 anos.

A morte de Fidel foi informada no final da noite de sexta (24) em pronunciamento na televisão estatal por seu irmão Raúl. "Em cumprimento da vontade expressa do companheiro Fidel, seus restos serão cremados nas primeiras horas" de sábado.

morre fidel

O cubano renunciou em favor do irmão em 2008. Mesmo sem estar na Presidência, permaneceu como o grande poder da ilha.

Sua morte marca o fim de uma era de longos discursos e frases emblemáticas.

HASTA SIEMPRE

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Fidel foi "o maior de todos os latino-americanos". O petista afirmou que seu relacionamento com o cubano, que remonta aos anos 1980, foi "afetuoso e intenso, baseado na busca de caminhos para a emancipação de nossos povos".

"Sinto sua morte como a perda de um irmão mais velho, de um companheiro insubstituível, do qual jamais me esquecerei", disse Lula em nota publicada em sua página no Facebook.

"Será eterno seu legado de dignidade e compromisso por um mundo mais justo. Hasta siempre, comandante, amigo e companheiro Fidel Castro", completou o petista.

A ex-presidente Dilma Rousseff disse que a morte do líder da revolução "é motivo de luto e dor".

A petista diz que "sonhadores e militantes progressistas, todos que lutamos por justiça social e por um mundo menos desigual" acordaram tristes neste sábado.

"Fidel foi um dos mais importantes políticos contemporâneos e um visionário que acreditou na construção de uma sociedade fraterna e justa, sem fome nem exploração, numa América Latina unida e forte. Um homem que soube unir ação e pensamento, mobilizando forças populares contra a exploração de seu povo. Foi também um ícone para milhões de jovens em todo o mundo", disse a ex-presidente na nota.

"Meus mais profundos sentimentos à família Castro, aos filhos e netos de Fidel, ao seu irmão Raul e ao povo cubano. Minha solidariedade e carinho neste momento de dor e despedida", afirma Dilma. "Hasta siempre, Fidel!", encerra a ex-presidente.

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse por meio de nota que "como dirigente máximo de seu país por cinco décadas, marcou profundamente a política cubana e o cenário internacional. Entra para a história como uma das lideranças políticas mais emblemáticas do século XX. Não é possível entender a história de nosso continente sem referência a Fidel, suas ideias e ações à frente da revolução cubana e do governo de seu país".

"Sua trajetória resume os dolorosos conflitos e contradições de um período histórico conturbado, no qual ideais de desenvolvimento e justiça social nem sempre se conciliaram, em nossa região, com o respeito aos direitos humanos e à democracia", afirmou Serra.


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