Folha de S. Paulo


Obama chega à Grécia e defende uma Europa forte e unida

Barack Obama, chegou nesta terça-feira (15) à Grécia, a primeira etapa de sua última turnê europeia como presidente dos EUA, durante a qual ele vai tentar tranquilizar aliados após a vitória eleitoral de Donald Trump.

Obama foi recebido pelo ministro da Defesa grego Panos Kammenos no aeroporto de Atenas, numa visita de dois dias, a primeiro de um presidente dos EUA desde Bill Clinton, em 1999.

Durante sua estada na capital grega, Obama se reunirá com o presidente Prokopis Pavlopoulos e com o primeiro-ministro Alexis Tsipra, com o qual deve discutir a questão da imensa dívida grega.

Na parte da tarde desta terça, Tsipras e Obama vão realizar uma conferência de imprensa conjunta.

Na quarta-feira, está previsto o evento mais simbólico no qual o presidente americano vai visitar a Acrópole e, em seguida, fazer um discurso sobre os desafios da globalização.

Espera-se que esse discurso, no berço da democracia, tenha ressonância especial em um momento de efervescência de vários movimentos populistas em ambos os lados do Atlântico.

ENCONTROS

Durante o encontro com Pavlopoulos no Palácio Presidencial, Obama ressaltou a importância de uma "Europa forte e unida" para o mundo.

Pensamos que uma Europa forte, próspera e unida não é somente positiva para os povos de Europa mas também para o mundo e para Estados Unidos", disse o mandatário norte-americano.

Obama também destacou a relação entre os dois países, ambos membros da Otan (aliança militar ocidental), uma organização "de extrema importância" e "pedra angular da nossa segurança", afirmou, tentando tranquilizar os membros da aliança depois de seu sucessor, Donald Trump, ter dado durante declarações ambíguas sobre a parceria em sua campanha eleitoral

"Dentro das administrações democratas e republicanas sempre se reconheceu o papel absolutamente vital da Otan", afirmou Obama.

Após o encontro com Pavlopoulos, Obama reuniu-se com o premiê Alexis Tsipras e afirmou que "a austeridade sozinha" não leva à prosperidade, numa momento em que a Grécia deve implementar um programa de reformas duras exigidas pelos seus credores.

"Vou continuar salientando que, em nossa opinião, a austeridade por si só não pode trazer prosperidade", disse Obama, que também lembrou que uma redução da dívida grega é fundamental.

No encontro com Tsipras, Obama também alertou para o perigo do "nacionalismo bruto", após eventos como o "brexit" e a vitória de Donald Trump, e antes de várias eleições agendadas na Europa.

"Teremos que vigiar o aumento de uma espécie de nacionalismo bruto ou de identidade étnica ou de tribalismo que se constrói ao redor de um 'nós e eles'", afirmou o presidente dos EUA.

Obama participou de uma entrevista coletiva com o premier grego após discutir temas como vitória de Trump, Brexit e Marine Le Pen.

Também pediu que "não se trace um paralelo" entre a presidente da Frente Nacional na França e a premier britânica, Theresa May, que defende uma política conservadora "mais tradicional".

Sobre a escolha de seu sucessor, Obama disse que, "às vezes, as pessoas têm apenas vontade de tentar alguma coisa para ver se isto pode mudar, e acredito que isso teve um papel importante" no resultado eleitoral.


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