Folha de S. Paulo


Maduro prorroga estado de exceção na Venezuela e faz pedido a Obama

Xinhua/Presidência da Venezuela
(161113) -- CARACASA, noviembre 13, 2016 (Xinhua) -- El presidente venezolano, Nicolás Maduro, participa durante su programa
O presidente venezuelano Nicolás Maduro durante seu programa de TV, "Em Contato com Maduro"

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, prorrogou por mais 60 dias, neste domingo (13), o estado de exceção e emergência econômica em vigor desde janeiro.

Maduro também pediu que para que Barack Obama retire a Venezuela da lista de ameaças aos EUA.

"Procedo constitucionalmente a prorrogar o estado de exceção e emergência econômica em todo o território nacional (...) para continuar governando e enfrentando a guerra econômica, apoiando o povo", disse Maduro, em seu programa semanal de televisão.

O chefe de Estado acusa o empresariado venezuelano de executar, junto com a oposição, "uma guerra econômica" para provocar escassez de alimentos, remédios e produtos básicos, gerando insatisfação popular.

O anúncio de Maduro foi feito um dia depois de delegados do governo e da oposição terem acordado, no âmbito de uma mesa de diálogo, "priorizar" medidas para melhorar o abastecimento.

Trata-se da quinta prorrogação do estado de exceção, após as edições de março, maio, julho e setembro. Nenhuma das extensões foi validada pelo Parlamento, e sim pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).

OBAMA

Maduro fez um apelo a Barack Obama para que revogue o decreto que classifica seu governo como uma "ameaça" antes de entregar o poder ao republicano Donald Trump no início do ano que vem.

"Aspiro a que (o presidente) Barack Obama corrija antes de finalizar seu governo e derrogue o decreto que considera a Venezuela uma ameaça incomum e extraordinária para a segurança dos Estados Unidos", declarou Maduro, em seu programa semanal de televisão.

"Senhor Obama, você pode ganhar o respeito e a confiança da Venezuela", acrescentou.

Washington declarou a Venezuela como uma "ameaça" em 2015, sendo mais um capítulo nas tensas relações bilaterais desde o governo do falecido Hugo Chávez (1999-2013).

Maduro disse que, nos próximos dias, conversará com o secretário de Estado americano, John Kerry, para lhe pedir que "diga a Barack Obama que revogue o decreto contra a Venezuela antes de deixar o poder", em 20 de janeiro próximo.

"Eu já mandei três cartas para Obama e ainda não me respondeu", acrescentou.


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