O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, prorrogou por mais 60 dias, neste domingo (13), o estado de exceção e emergência econômica em vigor desde janeiro.
Maduro também pediu que para que Barack Obama retire a Venezuela da lista de ameaças aos EUA.
"Procedo constitucionalmente a prorrogar o estado de exceção e emergência econômica em todo o território nacional (...) para continuar governando e enfrentando a guerra econômica, apoiando o povo", disse Maduro, em seu programa semanal de televisão.
O chefe de Estado acusa o empresariado venezuelano de executar, junto com a oposição, "uma guerra econômica" para provocar escassez de alimentos, remédios e produtos básicos, gerando insatisfação popular.
O anúncio de Maduro foi feito um dia depois de delegados do governo e da oposição terem acordado, no âmbito de uma mesa de diálogo, "priorizar" medidas para melhorar o abastecimento.
Trata-se da quinta prorrogação do estado de exceção, após as edições de março, maio, julho e setembro. Nenhuma das extensões foi validada pelo Parlamento, e sim pelo Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).
OBAMA
Maduro fez um apelo a Barack Obama para que revogue o decreto que classifica seu governo como uma "ameaça" antes de entregar o poder ao republicano Donald Trump no início do ano que vem.
"Aspiro a que (o presidente) Barack Obama corrija antes de finalizar seu governo e derrogue o decreto que considera a Venezuela uma ameaça incomum e extraordinária para a segurança dos Estados Unidos", declarou Maduro, em seu programa semanal de televisão.
"Senhor Obama, você pode ganhar o respeito e a confiança da Venezuela", acrescentou.
Washington declarou a Venezuela como uma "ameaça" em 2015, sendo mais um capítulo nas tensas relações bilaterais desde o governo do falecido Hugo Chávez (1999-2013).
Maduro disse que, nos próximos dias, conversará com o secretário de Estado americano, John Kerry, para lhe pedir que "diga a Barack Obama que revogue o decreto contra a Venezuela antes de deixar o poder", em 20 de janeiro próximo.
"Eu já mandei três cartas para Obama e ainda não me respondeu", acrescentou.